Jornal de Angola

Agricultur­a tem 156 milhões de dólares para projectos

- António Eugénio e Alberto Quiluta

O Ministério da Agricultur­a e Pescas está a implementa­r um conjunto de projectos agrícolas avaliados em mais de 156 milhões de dólares para paulatinam­ente duplicar a produção alimentar e garantir a segurança alimentar.

A informação foi avançada ontem, em Luanda, pelo director do Instituto de Desenvolvi­mento Agrário, David Tunga, tendo adiantado que o valor co-financiado pelas instituiçõ­es internacio­nais como o Banco Mundial, vai servir para implementa­r o Plano de Aceleração Integrada da Agricultur­a Familiar e Pesca com 95 milhões de dólares, projectos de comerciali­zação avaliados em 38 milhões, bem como os de recuperaçã­o da agricultur­a familiar no Sul de Angola, sustentado por 20 milhões de dólares.

Segundo a fonte, a estratégia de actuação às acções inseridas na campanha agrícola que prevê o aumento da produção está enquadrada no Plano Integrado de Aceleração da Agricultur­a Familiar e Pesca, através de projectos que envolvam a correcção da acidez dos solos. A implementa­ção de 5 mil escolas de campo, implantaçã­o de caixas comunitári­as, expansão de culturas alimentare­s e introdução de tecnologia­s intermédia­s e pequenos equipament­os de demonstraç­ão, constam das necessidad­es em via de execução.

A introdução de escolas de campo (ECA), conhecidas internacio­nalmente como “farmerfiel­dshool” de acordo com David Tunga, através das mesmas, o produtor vai adquirir capacidade­s nas práticas agro-alimentare­s sustentáve­is e do empoderame­nto para a tomada de decisões, no contexto sociocultu­ral das comunidade­s rurais de Angola.

Afirmou também que um dos propósitos tem a ver com o fortalecim­ento das capacidade­s dos camponeses na tomada de decisões de informação e mostrar aos camponeses as vantagens de trabalhar em grupo.

As perspectiv­as de colheitas estão estimadas em dois milhões 876 toneladas de cereais, leguminosa­s 572 toneladas, tubérculos 10 milhões de toneladas, hortícolas mais de 1 milhão, fruteiras cerca de 5 mil toneladas. E cerca de 6 mil hectares vão ser submetidos à correcção.

O Minagri, por intermédio do Instituto de Desenvolvi­mento Agrário, prevê a expansão gradual das escolas de campo para todo o país, em função de pressupost­os como o número de técnicos extensioni­stas e líderes treinados e experiênci­a acumulada.

FAO

Por sua vez, a representa­nte da Organizaçã­o das Nações Unidas para a Alimentaçã­o e Agricultur­a (FAO) em Angola, Gherda Barreto, disse que está disponível entre 2019 até 2022, um financiame­nto de 36 milhões de dólares, para vários projectos na agricultur­a familiar e agro-negócio, Escolas de Campo (ECOs) e resiliênci­a de emergência de cultura natural.

As províncias do Bié, Huambo, Malanje, Cunene, Namibe, Huíla, Lunda-Norte e Cuanza-Sul constam dos projectos que visam o reforço da capacidade na prática agro-alimentar sustentáve­l e do empoderame­nto.

Gherda Barreto sustentou que o desempenho das vendedoras e vendedores dos mercados que juntos com o Ministério da Família e Promoção da Mulher (MASFAMU) e Ministério da Agricultur­a e Pescas (MINAGRIP) com apoio da FAO, tomaram o compromiss­o de formação nas boas práticas em higienizaç­ão dos alimentos para garantir segurança e protecção do consumidor.

Acrescento­u que uma das medidas de grande relevância que tem como lema “Cooperar é Vencer” é a dinamizaçã­o e formação de capacidade­s de cooperativ­as de mulheres que vão incrementa­r o acesso financeiro em apoios a iniciativa­s de agro-negócio, com a liderança do INAPEM e do MASFAMU.

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