Agricultura tem 156 milhões de dólares para projectos
O Ministério da Agricultura e Pescas está a implementar um conjunto de projectos agrícolas avaliados em mais de 156 milhões de dólares para paulatinamente duplicar a produção alimentar e garantir a segurança alimentar.
A informação foi avançada ontem, em Luanda, pelo director do Instituto de Desenvolvimento Agrário, David Tunga, tendo adiantado que o valor co-financiado pelas instituições internacionais como o Banco Mundial, vai servir para implementar o Plano de Aceleração Integrada da Agricultura Familiar e Pesca com 95 milhões de dólares, projectos de comercialização avaliados em 38 milhões, bem como os de recuperação da agricultura familiar no Sul de Angola, sustentado por 20 milhões de dólares.
Segundo a fonte, a estratégia de actuação às acções inseridas na campanha agrícola que prevê o aumento da produção está enquadrada no Plano Integrado de Aceleração da Agricultura Familiar e Pesca, através de projectos que envolvam a correcção da acidez dos solos. A implementação de 5 mil escolas de campo, implantação de caixas comunitárias, expansão de culturas alimentares e introdução de tecnologias intermédias e pequenos equipamentos de demonstração, constam das necessidades em via de execução.
A introdução de escolas de campo (ECA), conhecidas internacionalmente como “farmerfieldshool” de acordo com David Tunga, através das mesmas, o produtor vai adquirir capacidades nas práticas agro-alimentares sustentáveis e do empoderamento para a tomada de decisões, no contexto sociocultural das comunidades rurais de Angola.
Afirmou também que um dos propósitos tem a ver com o fortalecimento das capacidades dos camponeses na tomada de decisões de informação e mostrar aos camponeses as vantagens de trabalhar em grupo.
As perspectivas de colheitas estão estimadas em dois milhões 876 toneladas de cereais, leguminosas 572 toneladas, tubérculos 10 milhões de toneladas, hortícolas mais de 1 milhão, fruteiras cerca de 5 mil toneladas. E cerca de 6 mil hectares vão ser submetidos à correcção.
O Minagri, por intermédio do Instituto de Desenvolvimento Agrário, prevê a expansão gradual das escolas de campo para todo o país, em função de pressupostos como o número de técnicos extensionistas e líderes treinados e experiência acumulada.
FAO
Por sua vez, a representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em Angola, Gherda Barreto, disse que está disponível entre 2019 até 2022, um financiamento de 36 milhões de dólares, para vários projectos na agricultura familiar e agro-negócio, Escolas de Campo (ECOs) e resiliência de emergência de cultura natural.
As províncias do Bié, Huambo, Malanje, Cunene, Namibe, Huíla, Lunda-Norte e Cuanza-Sul constam dos projectos que visam o reforço da capacidade na prática agro-alimentar sustentável e do empoderamento.
Gherda Barreto sustentou que o desempenho das vendedoras e vendedores dos mercados que juntos com o Ministério da Família e Promoção da Mulher (MASFAMU) e Ministério da Agricultura e Pescas (MINAGRIP) com apoio da FAO, tomaram o compromisso de formação nas boas práticas em higienização dos alimentos para garantir segurança e protecção do consumidor.
Acrescentou que uma das medidas de grande relevância que tem como lema “Cooperar é Vencer” é a dinamização e formação de capacidades de cooperativas de mulheres que vão incrementar o acesso financeiro em apoios a iniciativas de agro-negócio, com a liderança do INAPEM e do MASFAMU.