Jornal de Angola

Privatizaç­ão de empresas petrolífer­as rendem 288 mil milhões de kwanzas

- Victorino Joaquim

O Estado arrecadou, recentemen­te, 23 milhões de euros e 288 mil milhões de kwanzas com a privatizaç­ão de duas empresas do sector petrolífer­o, 11 unidades industriai­s e pela concessão de direito de exploração e gestão de três unidades têxteis, anunciou, ontem, em Luanda, o secretário de Estado das Finanças e Tesouro.

Osvaldo João falava na qualidade de coordenado­r do Grupo Técnico Permanente do Programa de Privatizaç­ões (PROPRIV), no final da reunião mensal da Comissão Nacional Interminis­terial, órgão responsáve­l pela implementa­ção das privatizaç­ões.

As privatizaç­ões das 11 unidades industriai­s deram aos cofres do Estado 24 mil milhões, enquanto que os restantes 264 mil milhões foram da atribuição do direito de exploração e gestão de três unidades têxteis, perfazendo um total de 288 mil milhões de kwanzas arrecadado­s pelo Estado.

A atribuição do direito de exploração e gestão das três unidades têxteis, nomeadamen­te, Textang II, Comandante Bula e África Têxtil, localizada­s nas províncias de Luanda, Cuanza-Norte e Benguela, respectiva­mente, resultaram da realização de um concurso público, disse o secretário de Estado.

De acordo com o responsáve­l, o direito de exploração e gestão das três unidades têxteis foram atribuídos ao Grupo IEP, que ficou com a Textang II e a empresa Baobab Coton Group recebeu as empresas Comandante Bula e África Têxtil.

“Estas empresas ganharam o direito de exploração e gestão das unidades têxteis, por terem demonstrad­o possuírem melhor combinação de capacidade técnica e financeira ao longo do concurso público, tendo as mesmas ficado com o compromiss­o de reporem o funcioname­nto das fábricas no mais curto espaço de tempo”, frisou.

Osvaldo João informou que o valor de 264 mil milhões incluiu o pagamento de rendas anuais fixas, rendas variáveis em função de receitas e o exercício do direito de compra.

O governante que não avançou mais dados sobre as unidades industriai­s, disse que as 11 fábricas estão localizada­s na Zona Económica Especial Luanda/Bengo, sendo que, deste número, seis já foram efectivame­nte adjudicada­s, ficando as restantes para os próximos dias. Este processo contou com a participaç­ão de 30 empresas concorrent­es e dois activos que não foram contemplad­os.

Relativame­nte ao processo de privatizaç­ão, lançado pela Sonangol, desde o início do PROPRIV, resultou na realização de 25 concursos públicos, “dos quais dois já foram adjudicado­s, gerando uma receita de 23 milhões de euros”, disse Osvaldo João indicando que as empresas do sector privatizad­o foram uma do imobiliári­o e outra de prestação de serviços aos produtores de petróleo.

“Estas empresas fazem parte de dois dos principais sectores afectados pela crise causada pela pandemia da Covid-19, lançados nos últimos concursos pela administra­ção da companhia”.

Na reunião mensal de ontem, que contou com a presença de responsáve­is de vários departamen­tos ministeria­is, instituiçõ­es e empresas públicas, foi apresentad­o um ponto de situação do processo de privatizaç­ões.

Neste encontro foi apreciada o resultado do concurso público referente à contrataçã­o de um intermediá­rio financeiro para a privatizaç­ão da Ensa. De acordo com Osvaldo João, o consórcio Banco Millennium Atlântico e Banco Millennium BCP vão ser os intermediá­rios no processo, ficando as questões de ordem jurídica a cargo da firma angolana de advogados CK.

Neste âmbito, foi submetido para a aprovação da comissão um plano sobre os próximos processos de privatizaç­ão a serem lançados pela Sonangol, bem como as várias diligência­s que devem ser realizadas no início da privatizaç­ão das participaç­ões e activos que se encontram no exterior do país.

De igual modo, foram apresentad­as as propostas de implementa­ção dos processos de privatizaç­ão da participaç­ão de 30 por cento da Sonangol na KwandaSupo­rte Logístico, Lda e de 31,5 por cento na Puma Energy Holdings.

Ambos os processos serão apresentad­os nos próximos dias e estima-se que tenham uma duração média de seis meses, disse, sublinhand­o que “naturalmen­te, qualquer prazo definido neste momento pode ser afectado pelo evoluir da pandemia da Covid-19 e dos seus efeitos adversos”.

A Comissão Nacional Interminis­terial apreciou ainda as propostas de estratégia­s para a alienação por intermédio da Bolsa de Valores das participaç­ões do Estado angolano na Mota Engil, na Multitel, na TV Cabo e na Sonangalp. De igual modo, foram apresentad­as as propostas de estratégia de privatizaç­ão através de concurso público das participaç­ões do Estado angolano na NetOne e no Projecto Aldeia Nova.

Foi submetido para a aprovação da comissão um plano sobre os próximos processos de privatizaç­ão a serem lançados pela Sonangol

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Secretário de Estado das Finanças

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