Jornal de Angola

Frelimo reconhece “duro combate”

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A Frelimo, partido no poder em Moçambique, considerou, ontem, que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) estão a travar um “duro combate” contra “terrorista­s” em Cabo Delgado, reconhecen­do a gravidade do conflito.

A Frelimo falou sobre a violência armada na província de Cabo Delgado, Norte do país, durante o discurso de abertura da sessão ordinária da Assembleia da República (AR).

“As Forças de Defesa e Segurança, sob comando firme de Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República e Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança, têm vindo a travar um duro combate contra os terrorista­s”, afirmou o chefe da bancada da Frelimo, Sérgio Pantie.

O deputado apelou às FDS a prosseguir­em a luta contra os grupos armados, que protagoniz­am ataques em Cabo Delgado, “sem tréguas”.

“Aos jovens integrados nas Forças de Defesa e Segurança, pela tenacidade, heroísmo e desempenho excepciona­l e patriótico vai a nossa vénia”, declarou Pantie, numa altura em que diversas organizaçõ­es têm pedido uma investigaç­ão independen­te a alegadas violações de direitos humanos pelos militares, mas o chefe da bancada do partido no poder não fez referência às suspeitas no seu discurso de abertura.

Mais tarde, defendeu que a primeira comissão da AR (de Assuntos Constituci­onais, Direitos Humanos e de Legalidade) deverá averiguar a situação, quando a oposição propôs a criação de uma comissão de inquérito específica.

O líder da bancada parlamenta­r da Frelimo considerou uma agressão à soberania e à integridad­e territoria­l a acção dos grupos armados que actuam em Cabo Delgado, validando os números que têm sido divulgados por organizaçõ­es de socorro: o conflito já provocou a morte a mais de mil pessoas e a fuga de mais de 300 mil.

O grupo Estado Islâmico tem reivindica­do alguns ataques, desde 2019, mas a origem da insurgênci­a continua em debate.

Este ano, os combates entre rebeldes e as forças armadas moçambican­as intensific­aram-se naquela região, onde está a ser construído o maior investimen­to privado em África - da ordem dos 50 mil milhões de dólares - para extracção de gás natural, liderado pelas petrolífer­as norte-americana Exxon Mobil e francesa Total, que já tem obras no terreno.

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