Lunda-Sul ganha hospitais de referência
Hospital Geral e Maternidade, ambas com capacidade para 150 camas, vão atender a população do lestes do país, que vai deixar de recorrer a Luanda e à RDC
O Presidente da República, João Lourenço, desloca-se hoje à cidade de Saurimo, província da Lunda-Sul, para uma visita de trabalho. De acordo com nota de imprensa da Casa Civil do Presidente da República, naquela cidade, o Chefe de Estado vai inaugurar duas infra-estruturas de saúde, nomeadamente o Hospital Geral e a Maternidade da LundaSul. O regresso à capital do país acontecerá no mesmo dia. O governador da província, Daniel Neto, destacou que a província desenvolve 87 projectos, no âmbito do PIIM, orçados em mais de 11 mil milhões de Kwanzas.
A província da Lunda-Sul ganha, partir de hoje, duas novas unidades de cuidados médicos de referência. Trata-se do Hospital Geral e da Maternidade, ambas com capacidade para 150 camas, que são inauguradas, em Saurimo, pelo Presidente da República, João Lourenço.
Com os dois estabelecimentos hospitalares, a população do Leste do país vai deixar de recorrer a outras províncias ou à República Democrática do Congo (RDC), à procura de serviços de saúde.
O momento da inauguração dos dois hospitais está a ser aguardado com expectativa pelos habitantes da província, pois, como exprimiram, ao Jornal de Angola, já não aguentavam de tanto procurar, por exemplo, pelo serviço de mamografia noutras localidades.
“Se a pessoa não tivesse dinheiro para se deslocar à capital do país, onde muitas vezes tínhamos de ir, corria-se o risco de não fazer o exame, que era recomendado pelo médico com urgência e, com isso, o quadro de saúde agravar-se”, contou Esmeralda Manuel.
O antigo Hospital Geral, com capacidade para 120 camas, e a Maternidade, para apenas 20, destinam-se a atender toda a província, com cerca de 609 mil 851 habitantes, segundo as projecções de 2018, elaboradas pelo Instituto Nacional de Estatística.
“A realidade da província, em termos de infra-estruturas para o sector da Saúde, era péssima”, desabafou Viegas de Almeida, director do Gabinte Provincial da Saúde da Lunda-Sul.
O único bloco operatório, adiantou, servia para atender quer as cirurgias do Hospital Provincial, quer da Maternidade.
Viegas de Almeida disse que a anterior Maternidade está em péssimas condições, situação registada, também, no Hospital Provincial, onde nem os profissionais de saúde, nem os utentes, se sentiam bem.
“O Hospital Provincial é bastante antigo e já não oferece condições de funcionamento, tanto a técnicos como a utentes que ali acorrem em busca de tratamento”, disse.
Viegas de Almeida ressaltou que a inauguração das duas unidades hospitalares vai ajudar a diminuir o número de evacuações de doentes para Luanda, por falta de alguns serviços de saúde.
“A título de exemplo, um doente era evacuado da Lunda-Sul para Luanda, apenas para fazer TAC, mamografia ou ecografia morfológica”, aclarou o director.
A título de exemplo, um doente era evacuado da Lunda-Sul para Luanda, apenas para fazer um exame de TAC, mamografia ou ecografia morfológica
Esta realidade, prosseguiu, vai ficar para trás com a chegada, à província, dos serviços que, antes, forçavam a deslocação dos cidadãos locais. “A LundaSul está a fazer história, porque, pela primeira vez, ganhar dois grandes hospitais”, destacou.
Acrescentou que, diferente do que se regista no anterior Hospital Provincial, a nova unidade conta com um bloco operatório com três salas de operações, exactamente como a nova Maternidade.
Novos serviços
O director provincial da Saúde considerou ser um ganho os serviços a serem disponibilizados nas unidades hospitalares a inaugurar hoje.
No Hospital Geral, destacou os serviços de imagiologia, “bastante sofisticado”, e de TAC, que já não havia na província há dois anos, cirurgia, ortopedia e fisioterapia, que considerou tratar-se de um dos grandes ganhos do sistema de saúde local.
Além do serviço de mamografia, a província vai dispor, pela primeira vez, de ecógrafos avançados para a realização dos ecocardiogramas.
O director do Gabinete Provincial da Saúde disse que a região dispõe, neste momento, de 102 duas unidades sanitárias, desde postos médicos, hospitais provinciais, municipais e centros médicos. Mas muitos, salientou, carecem de melhorias.