A agricultura, o empresariado e a diversificação da produção
Não há dúvida de que a solução de parte considerável dos nossos problemas alimentares passa pela revitalização do sector produtivo agrícola, onde, a haver investimentos públicos e privados, com objectivos bem definidos e com o envolvimento de pessoas competentes, se poderá assistir nos próximos tempos ao renascimento da economia verde.
A diversificação da produção agrícola é possível num vasto território como é o nosso, com terras férteis e recursos hídricos, de causar inveja a outros países do mundo.
A natureza foi generosa para os angolanos, mas temos de ser nós, filhos de Angola, a tirar partido, em primeira linha, do potencial que as terras férteis e os recursos hídricos nos proporcionam.
Somos potencialmente ricos, ao nível do campo, mas só com trabalho é possível fazermos as transformações necessárias para que o sector agrícola nos forneça o que nós precisamos, para um verdadeiro processo de diversificação da produção agrícola.
É importante que se saiba que o processo de diversificação da economia, que deve abranger o sector agrícola, não é fácil de concretizar. Vai levar ainda algum tempo, mas importa que comecemos já a trabalhar na, perspectiva de avançarmos em terreno seguro para a construção de um sector agrícola sólido e próspero.
Que neste processo de diversificação, o empresariado privado nacional vocacionado para questões agrícolas tenha um papel activo e lhe sejam dados todas as oportunidades e os incentivos necessários para termos por exemplo uma indústria transformadora capaz de reduzir substancialmente as importações de mercadorias.
O Estado só deve intervir, em regra, em áreas que sirvam para alavancar a actividade produtiva privada. A iniciativa privada deve ser incentivada, até porque a experiência do Estado - empresário não foi muito benéfica em muitos aspectos da nossa vida económica.
Que não insistamos mais em projectos estatais megalómanos, que no passado consumiram muitos milhões de dólares, em prejuízo do próprio Estado e sem quaisquer benefícios para os cidadãos.
A criação de infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias, bem como o acesso à água e à energia eléctrica constituem factores decisivos para o desenvolvimento da agricultura no país.
Depois de se terem cometido inúmeros erros no passado e de conhecermos os efeitos nefastos resultantes desses erros, estamos em condições de fazermos agora coisas diferentes e melhores, no interesse do país.
Não se fizeram bem muitas coisas no passado, por falta de patriotismo e por ganância de um punhado de indivíduos que se aproveitaram de cargos públicos para realizarem o saque do erário.