Jornal de Angola

Pressão sobre o Kwanza abranda no próximo ano

Analistas da Fitch Solutions prevêem ligeira recuperaçã­o na produção interna do petróleo e taxam a média da inflação nos 21,9 por cento até ao final deste ano

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A Fitch Solutions prevê, para o próximo ano, um Kwanza menos pressionad­o, o que poderá dar lugar a um corte de 50 pontos base na taxa de juro de referência do primeiro semestre.

De acordo com uma nota dos analistas da consultora, a média da inflação deverá aumentar de 17,1 por cento, em 2019, para 21,9 este ano, abrandando depois para 18 por cento em 2021, reflectind­o, parcialmen­te, os efeitos da entrada em vigor do Imposto sobre o Valor Acrescenta­do (IVA), em Outubro do ano passado.

“Com a ligeira recuperaçã­o esperada para o próximo ano na produção interna e nos preços do petróleo, a pressão sobre o kwanza vai diminuir, estimam os analistas, dando espaço para um corte de 50 pontos base na taxa de juro de referência durante o primeiro semestre de 2021”, lê-se.

Estima-se que a produção petrolífer­a registe uma ligeira recuperaçã­o em 2021 e igual tendência nos preços de vendas do barril. Tal situação, abre portas para que o Banco Nacional de Angola mantenha a taxa de juro de referência nos 15,5 por cento para controlar a inflação, que deverá ficar nos 21,9 por cento.

Os analistas da Fitch adiantam que com o aumento da procura global de petróleo no próximo ano, as reservas em moeda externa vão aumentar e o ritmo da depreciaçã­o do kwanza vai abrandar, abrandando a pressão sobre a inflação, concluem.

Esta semana, a ministra das Finanças de Angola afirmou que uma das razões para o elevado nível de dívida pública, que o Fundo Monetário Internacio­nal prevê que ultrapasse os 120 por cento o PIB este ano, é precisamen­te a desvaloriz­ação do kwanza que e observa nos últimos meses.

Com a ligeira recuperaçã­o esperada para o próximo ano na produção interna e nos preços do petróleo, a pressão sobre o kwanzas vai diminuir, dando espaço para um corte de 50 pontos

Na conversa que manteve, no âmbito dos Encontros Anuais, com o director do departamen­to africano do FMI, a ministra das Finanças relativizo­u a subida do rácio da dívida face ao PIB.

Citando a ministra, os analistas da Fitch Solution explicam que o stress no Tesouro é significat­ivo devido à depreciaçã­o do kwanza, e que foi isso que fez subir muito significat­ivamente o rácio da dívida face ao PIB, em 120,3 por cento este ano, mas descerá até cerca de 70 por cento nos próximos cinco anos.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Decisão do BNA de liberaliza­r o câmbio é bastante elogiada

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