Jornal de Angola

Acordos de paz sem renegociaç­ão

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O embaixador da União Europeia (UE) em Moçambique defendeu, ontem, que não há espaço para renegociaç­ões no acordo de paz de 2019, como exige um grupo dissidente da Renamo, acusado de protagoniz­ar ataques armados no Centro do país.

“O acordo de paz não pode ser aberto ou renegociad­o, estamos bastante claros sobre isso”, disse António SanchezBen­edito em entrevista à Lusa.

Em causa estão os ataques, no Centro do país, atribuídos à auto-proclamada Junta Militar da Resistênci­a Nacional Moçambican­a (Renamo), liderada por Mariano Nhongo, antigo dirigente de guerrilha, que exige a renegociaç­ão do acordo e a demissão do actual presidente do partido, Ossufo Momade. Nhongo acusa-o de ter desvirtuad­o o processo negocial em relação aos ideais do antecessor, Afonso Dhlakama, líder histórico da Renamo que morreu em Maio de 2018.

Para António Sanchez Benedito, a Renamo compromete­u-se com a paz no acordo assinado com o Governo e não pode ser refém das exigências de um “grupo minoritári­o”.

“Estamos todos cientes de que em alguns pontos do país os indicadore­s macro-económicos ainda são muito baixos, mas a maneira de avançar não é com recurso a violência”, disse.

O acordo de paz em Moçambique foi assinado em Agosto de 2019 pelo Chefe de Estado moçambican­o, Filipe Nyusi, e pelo presidente da Renamo, prevendo, entre outros aspectos, o Desarmamen­to, Desmobiliz­ação e Reintegraç­ão (DDR) do braço armado do principal partido de oposição.

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