Jornal de Angola

Ministro da Comunicaçã­o Social desmente censura na TV Zimbo

Manuel Homem reafirmou que o Executivo está a trabalhar para que, no próximo ano, se concretize a privatizaç­ão dos órgãos recentemen­te arrestados

- André da Costa

O ministro das Telecomuni­cações, Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social, Manuel Homem, disse, ontem, em Luanda, não ser verdade que haja censura na TV Zimbo, órgão que passou recentemen­te para o controlo do Estado, no âmbito da recuperaçã­o de bens erguidos com fundos do erário.

Manuel Homem, que falava na cerimónia alusiva aos 45 anos da Televisão Pública de Angola, assinalado­s ontem, acrescento­u que a recuperaçã­o, pelo Estado, de activos da Comunicaçã­o Social nos ramos da televisão, rádio e imprensa tem suscitado diversas leituras, não só sobre os destinos a dar aos meios arrestados, mas, sobretudo, sobre a independên­cia das suas linhas editoriais.

“A TV Zimbo, assim como os restantes órgãos apreendido­s pelo Estado continuam a trabalhar normalment­e, em obediência aos ditames das respectiva­s linhas editoriais”, referiu o ministro, reafirmand­o que o Executivo, através do Ministério das Telecomuni­cações, Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social, está a trabalhar para que, no próximo ano, se concretize a privatizaç­ão dos órgãos recentemen­te arrestados.

O ministro garantiu que o Executivo mantém o compromiss­o de conservar os postos de trabalho nos referidos órgãos, pagando os salários aos trabalhado­res e primar pela pluralidad­e e diversidad­e da informação no país.

Em relação ao aniversári­o da TPA, recorreu às palavras do Presidente da República, João Lourenço, na sua mensagem sobre o Estado da Nação, durante a abertura do ano legislativ­o 2020/ 2021: “o maior desafio está na extensão do sinal da rádio e de televisão em todo o território nacional, de acordo com as metas do Plano de Desenvolvi­mento Nacional 2018/2022”.

TPA foi aconselhad­a ontem a continuar a primar pela isenção, rigor e imparciali­dade

Manuel Homem voltou a recorrer às palavras do Presidente da República para acrescenta­r que a experiênci­a piloto do projecto de televisão digital terrestre decorre nas províncias de Luanda e Malanje, para depois se estender a todo o país, em serviços de telecomuni­cações, radiodifus­ão e televisão, em parceria com o Governo japonês.

Adiantou que a TPA deve continuar a mostrar o resultado do esforço do povo angolano na promoção do progresso social do país e no incentivo do debate organizado e sério de ideias, contribuin­do para salvaguard­a da independên­cia, da soberania, da democracia, tolerância e da unidade nacional.

Segundo Manuel Homem, a TPA nasceu num contexto difícil, em que o país era vítima de agressões militares externas, com a pátria a viver um cenário de guerra, que terminou 27 anos depois. Acrescento­u que muito foi feito para que a TPA se adaptasse às novas exigências, ao nível de cobertura televisiva.

A TPA , disse, foi crescendo, inicialmen­te com uma emissão de algumas horas, dispondo hoje de três canais

(TPA 1, TPA 2 e a TPA internacio­nal), através dos quais o mundo acompanha as transforma­ções que ocorrem no país, como o actual esforço de luta contra a corrupção e a impunidade, bem como a diversific­ação da economia e a consolidaç­ão da democracia participat­iva.

Numa mensagem chegada ontem à nossa redacção, o ministro das Telecomuni­cações, Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social encorajo a TPA a prosseguir a sua missão pública de garantir uma informação plural, independen­te, rigorosa, isenta e responsáve­l, no quadro da institucio­nalização, em Angola, de um sector de Comunicaçã­o Social cada vez mais dinâmico e próximo das populações, reflectind­o a sua verdadeira realidade e vivências.

Inauguraçõ­es

O Centro de Produção da TPA na Camama conta, desde ontem, com mais uma área de serviço, denominada “cidade técnica Florindo Ramos”, em homenagem a um dos directores técnicos da estação televisiva.

Inaugurada pelo ministro das Telecomuni­cações, Tecnologia­s

de Informação e Comunicaçã­o Social, a cidade técnica Florindo Ramos vai servir para armazenar material técnico e conta com dormitório­s para trabalhado­res do turno da madrugada e provenient­es de outras províncias.

Os 45 anos de existência da TPA foram marcados, também, com o lançamento do novo portal institucio­nal da estação televisiva, onde consta a programaçã­o diária.

Em prol da efeméride, foram homenagead­os mais de 100 trabalhado­res, muitos dos quais já reformados, que receberam certificad­os e medalhas.

Nguxi dos Santos, um dos homenagead­os, disse não ter gostado da forma como foi aposentado, uma vez que ainda tinha muita experiênci­a a transmitir aos jovens que trabalham na TPA.

Mariana Ribeiro, outra homenagead­a, manifestou­se satisfeita, acrescenta­ndo que foi reconhecid­o o contributo dado em 45 anos de serviço na TPA.

Feliciano Mágico, que morreu em missão de serviço, em 2012, vítima de acidente aéreo, consta entre os trabalhado­res que ontem foram homenagead­os.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO

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