Ministro da Comunicação Social desmente censura na TV Zimbo
Manuel Homem reafirmou que o Executivo está a trabalhar para que, no próximo ano, se concretize a privatização dos órgãos recentemente arrestados
O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Manuel Homem, disse, ontem, em Luanda, não ser verdade que haja censura na TV Zimbo, órgão que passou recentemente para o controlo do Estado, no âmbito da recuperação de bens erguidos com fundos do erário.
Manuel Homem, que falava na cerimónia alusiva aos 45 anos da Televisão Pública de Angola, assinalados ontem, acrescentou que a recuperação, pelo Estado, de activos da Comunicação Social nos ramos da televisão, rádio e imprensa tem suscitado diversas leituras, não só sobre os destinos a dar aos meios arrestados, mas, sobretudo, sobre a independência das suas linhas editoriais.
“A TV Zimbo, assim como os restantes órgãos apreendidos pelo Estado continuam a trabalhar normalmente, em obediência aos ditames das respectivas linhas editoriais”, referiu o ministro, reafirmando que o Executivo, através do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, está a trabalhar para que, no próximo ano, se concretize a privatização dos órgãos recentemente arrestados.
O ministro garantiu que o Executivo mantém o compromisso de conservar os postos de trabalho nos referidos órgãos, pagando os salários aos trabalhadores e primar pela pluralidade e diversidade da informação no país.
Em relação ao aniversário da TPA, recorreu às palavras do Presidente da República, João Lourenço, na sua mensagem sobre o Estado da Nação, durante a abertura do ano legislativo 2020/ 2021: “o maior desafio está na extensão do sinal da rádio e de televisão em todo o território nacional, de acordo com as metas do Plano de Desenvolvimento Nacional 2018/2022”.
TPA foi aconselhada ontem a continuar a primar pela isenção, rigor e imparcialidade
Manuel Homem voltou a recorrer às palavras do Presidente da República para acrescentar que a experiência piloto do projecto de televisão digital terrestre decorre nas províncias de Luanda e Malanje, para depois se estender a todo o país, em serviços de telecomunicações, radiodifusão e televisão, em parceria com o Governo japonês.
Adiantou que a TPA deve continuar a mostrar o resultado do esforço do povo angolano na promoção do progresso social do país e no incentivo do debate organizado e sério de ideias, contribuindo para salvaguarda da independência, da soberania, da democracia, tolerância e da unidade nacional.
Segundo Manuel Homem, a TPA nasceu num contexto difícil, em que o país era vítima de agressões militares externas, com a pátria a viver um cenário de guerra, que terminou 27 anos depois. Acrescentou que muito foi feito para que a TPA se adaptasse às novas exigências, ao nível de cobertura televisiva.
A TPA , disse, foi crescendo, inicialmente com uma emissão de algumas horas, dispondo hoje de três canais
(TPA 1, TPA 2 e a TPA internacional), através dos quais o mundo acompanha as transformações que ocorrem no país, como o actual esforço de luta contra a corrupção e a impunidade, bem como a diversificação da economia e a consolidação da democracia participativa.
Numa mensagem chegada ontem à nossa redacção, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social encorajo a TPA a prosseguir a sua missão pública de garantir uma informação plural, independente, rigorosa, isenta e responsável, no quadro da institucionalização, em Angola, de um sector de Comunicação Social cada vez mais dinâmico e próximo das populações, reflectindo a sua verdadeira realidade e vivências.
Inaugurações
O Centro de Produção da TPA na Camama conta, desde ontem, com mais uma área de serviço, denominada “cidade técnica Florindo Ramos”, em homenagem a um dos directores técnicos da estação televisiva.
Inaugurada pelo ministro das Telecomunicações, Tecnologias
de Informação e Comunicação Social, a cidade técnica Florindo Ramos vai servir para armazenar material técnico e conta com dormitórios para trabalhadores do turno da madrugada e provenientes de outras províncias.
Os 45 anos de existência da TPA foram marcados, também, com o lançamento do novo portal institucional da estação televisiva, onde consta a programação diária.
Em prol da efeméride, foram homenageados mais de 100 trabalhadores, muitos dos quais já reformados, que receberam certificados e medalhas.
Nguxi dos Santos, um dos homenageados, disse não ter gostado da forma como foi aposentado, uma vez que ainda tinha muita experiência a transmitir aos jovens que trabalham na TPA.
Mariana Ribeiro, outra homenageada, manifestouse satisfeita, acrescentando que foi reconhecido o contributo dado em 45 anos de serviço na TPA.
Feliciano Mágico, que morreu em missão de serviço, em 2012, vítima de acidente aéreo, consta entre os trabalhadores que ontem foram homenageados.