Destacado patriotismo de Isaías Jaime Vilinga
O diplomata, cujos restos mortais repousam no Cemitério de Sant'Ana, representou o país na Grécia, Moçambique e Suécia
Políticos e o corpo diplomático acreditado em Angola renderam, ontem, a última homenagem ao embaixador de carreira Isaías Jaime Vilinga, que faleceu, no sábado, em Luanda, vítima de doença.
O diplomata, que foi a enterrar ontem, no Cemitério de Sant' Ana, em Luanda, serviu como embaixador em Moçambique, Grécia e Reino da Suécia.
Numa mensagem de condolências, o Presidente da República, João Lourenço, referiu que o “finado diplomata Jaime Vilinga foi um patriota que durante grande parte da sua vida se dedicou, com empenho e firmeza, à realização da causa da independência nacional e da projecção da imagem de Angola no exterior”.
O Chefe de Estado reconheceu que o malogrado desempenhou as suas funções com zelo e dedicação nos vários países em que representou Angola na qualidade de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário.
Em declarações à imprensa, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, indicou que a tradução do nome “Vilingue” na língua nacional Umbundo significa actos. E os actos do embaixador Isaías Jaime Vilinga, disse, “constituem um verdadeiro exemplo de pessoa que colocou, acima de tudo, a Pátria, o amor ao próximo e a reconciliação nacional”.
Téte António assegurou que a sua contribuição para o processo de paz e reconciliação nacional, enquanto pessoa e diplomata de carreira nas diferentes missões diplomáticas por onde passou, representam um grande exemplo de empenho e dedicação à Pátria.
Para o ministro, “2020 é um ano para esquecer, porque a diplomacia angolana, e não só, perdeu muitos funcionários de carreira diplomática de grande craveira, que deram um grande contributo para que Angola esteja no mapa mundial”.
“O que conforta os angolanos, nesta altura, é sobretudo o aprendizado e as lições transmitidas pelos mais velhos ao longo dos últimos anos”, sublinhou.
Para a presidente da 3ª Comissão da Assembleia Nacional, Josefina Pitra Diakité, “o momento é de muita tristeza, dor e consternação, mas, também de celebração da vida que ele bem viveu”.
O embaixador Vilinga, acrescentou, deixa uma família bem constituída, representou o país condignamente e fez muitos amigos, que fizeram questão de render-lhe a homenagem merecida,
A ministra da Acção Social,
Família e Promoção da Mulher, Faustina Alves, disse que a família perdeu um pai, irmão e amigo dedicado à resolução dos problemas de todos, sempre que fosse chamado.
“Somos abençoados ao ter familiares que atingem os 80 e 90 anos. Mas fica o exemplo para os nossos filhos e netos que colheram, dele, os bons exemplos na relação familiar, no diálogo, amor e partilha”, sublinhou.
“Gostaria que os nossos descendentes primassem pela união familiar e que ficassem longe da violência e da delinquência”, salientou a ministra.
O secretário para os Assuntos Internacionais do MPLA, Manuel Chaves, disse que conheceu Isaías Vilinga na missão diplomática de Angola na Grécia e mais tarde em Moçambique. “Foi um verdadeiro patriota, que dedicou toda a vida à democracia e desenvolvimento de Angola”, sublinhou.
Nascido a 4 de Março de 1939, na província do Huambo, Isaías Vilinga foi nomeado em 2002 vice-governador de Benguela, no âmbito do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN). Depois foi embaixador na Grécia, Moçambique e Reino da Suécia. Em 2017, Isaías Vilinga foi nomeado embaixador de carreira do quadro diplomático do Mirex.