Jornal de Angola

Destacado patriotism­o de Isaías Jaime Vilinga

O diplomata, cujos restos mortais repousam no Cemitério de Sant'Ana, represento­u o país na Grécia, Moçambique e Suécia

- André Sibi

Políticos e o corpo diplomátic­o acreditado em Angola renderam, ontem, a última homenagem ao embaixador de carreira Isaías Jaime Vilinga, que faleceu, no sábado, em Luanda, vítima de doença.

O diplomata, que foi a enterrar ontem, no Cemitério de Sant' Ana, em Luanda, serviu como embaixador em Moçambique, Grécia e Reino da Suécia.

Numa mensagem de condolênci­as, o Presidente da República, João Lourenço, referiu que o “finado diplomata Jaime Vilinga foi um patriota que durante grande parte da sua vida se dedicou, com empenho e firmeza, à realização da causa da independên­cia nacional e da projecção da imagem de Angola no exterior”.

O Chefe de Estado reconheceu que o malogrado desempenho­u as suas funções com zelo e dedicação nos vários países em que represento­u Angola na qualidade de Embaixador Extraordin­ário e Plenipoten­ciário.

Em declaraçõe­s à imprensa, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, indicou que a tradução do nome “Vilingue” na língua nacional Umbundo significa actos. E os actos do embaixador Isaías Jaime Vilinga, disse, “constituem um verdadeiro exemplo de pessoa que colocou, acima de tudo, a Pátria, o amor ao próximo e a reconcilia­ção nacional”.

Téte António assegurou que a sua contribuiç­ão para o processo de paz e reconcilia­ção nacional, enquanto pessoa e diplomata de carreira nas diferentes missões diplomátic­as por onde passou, representa­m um grande exemplo de empenho e dedicação à Pátria.

Para o ministro, “2020 é um ano para esquecer, porque a diplomacia angolana, e não só, perdeu muitos funcionári­os de carreira diplomátic­a de grande craveira, que deram um grande contributo para que Angola esteja no mapa mundial”.

“O que conforta os angolanos, nesta altura, é sobretudo o aprendizad­o e as lições transmitid­as pelos mais velhos ao longo dos últimos anos”, sublinhou.

Para a presidente da 3ª Comissão da Assembleia Nacional, Josefina Pitra Diakité, “o momento é de muita tristeza, dor e consternaç­ão, mas, também de celebração da vida que ele bem viveu”.

O embaixador Vilinga, acrescento­u, deixa uma família bem constituíd­a, represento­u o país condigname­nte e fez muitos amigos, que fizeram questão de render-lhe a homenagem merecida,

A ministra da Acção Social,

Família e Promoção da Mulher, Faustina Alves, disse que a família perdeu um pai, irmão e amigo dedicado à resolução dos problemas de todos, sempre que fosse chamado.

“Somos abençoados ao ter familiares que atingem os 80 e 90 anos. Mas fica o exemplo para os nossos filhos e netos que colheram, dele, os bons exemplos na relação familiar, no diálogo, amor e partilha”, sublinhou.

“Gostaria que os nossos descendent­es primassem pela união familiar e que ficassem longe da violência e da delinquênc­ia”, salientou a ministra.

O secretário para os Assuntos Internacio­nais do MPLA, Manuel Chaves, disse que conheceu Isaías Vilinga na missão diplomátic­a de Angola na Grécia e mais tarde em Moçambique. “Foi um verdadeiro patriota, que dedicou toda a vida à democracia e desenvolvi­mento de Angola”, sublinhou.

Nascido a 4 de Março de 1939, na província do Huambo, Isaías Vilinga foi nomeado em 2002 vice-governador de Benguela, no âmbito do Governo de Unidade e Reconcilia­ção Nacional (GURN). Depois foi embaixador na Grécia, Moçambique e Reino da Suécia. Em 2017, Isaías Vilinga foi nomeado embaixador de carreira do quadro diplomátic­o do Mirex.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Políticos, corpo diplomátio, familiares e amigos renderam a última homenagem ao diplomata

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