Jornal de Angola

Elisa Gaspar continua na Ordem dos Médicos

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A bastonária da Ordem dos Médicos, Elisa Pedro Gaspar, continuará no exercício efectivo das suas funções, até ao final do seu mandato, pelo qual foi eleita democratic­amente.

Esta posição vem expressa num comunicado de imprensa do Gabinete Jurídico da Ordem dos Médicos de Angola, tornado público segundafei­ra, que considera inválida a Assembleia-Geral realizada pelo Conselho Regional Norte, no passado dia 17, por estar em desconform­idade com os estatutos e por ser realizada à revelia.

Segundo o comunicado de imprensa, o Conselho Regional Norte não tem legitimida­de para convocar Assembleia-Geral Extraordin­ária e deliberar matérias de âmbito nacional, uma vez que os associados de Cabinda, Zaire, Uíge e Bengo, que compõem a referida região, não participar­am no referido acto.

O comunicado de imprensa dá a conhecer que não houve clarificaç­ão dos elementos de prova que justificas­sem a gestão danosa da bastonária, apelando aos associados que não se revejam na actual liderança no sentido de, dentro do quadro legal, vigente no Estado Angolano, se encontrar meios para a resolução dos litígios.

A Ordem dos Médicos, segundo o comunicado de imprensa, vai responsabi­lizar os membros que estão a desestabil­izá-la, por via de grupos independen­tes.

De referir que os participan­tes à Assembleia-Geral Extraordin­ária realizada no último sábado, em Luanda, convocada pelo Conselho Regional Norte da Ordem dos Médicos de Angola decidiram destituir a bastonária,

A Ordem dos Médicos de Angola, segundo o comunicado de imprensa, vai responsabi­lizar os membros que estão a desestabil­izá-la, por via de grupos independen­tes

por alegada má gestão. Os associados manifestar­am o seu desagrado pelo desempenho da bastonária, que se agudizou com o “não alinhament­o aos interesses da classe”, a “falta de transparên­cia na gestão dos recursos da ordem” e as “denúncias de má gestão financeira”. Elisa Gaspar é acusada de desviar 19 milhões de kwanzas e bens patrimonia­is, segundo o presidente do Conselho Fiscal da Região Norte da Ordem dos Médicos, Desidério Carvalho. No comunicado final, apresentad­o pela médica Arlete Luiele, a classe médica anunciou a constituiç­ão de uma Comissão de gestão e outra de inquérito, que terá a responsabi­lidade de analisar a alegada gestão danosa de Elisa Gaspar. A primeira Assembleia­Geral Extraordin­ária da Ordem dos Médicos de Angola contou com a presença de mais de 50 médicos na sala de conferênci­as de uma unidade hoteleira de Luanda, ao passo que 408 participar­am por via zoom e 4.026 médicos subscrever­am a deliberaçã­o para a destituiçã­o da bastonária. Para o jurista António Cangavo, o artigo 15º na sua alínea e) do Estatuto da Ordem dos Médicos orienta que constituem direitos e deveres dos médicos requerer as convocaçõe­s das assembleia­s. Nos termos do artigo 29 do Estatuto da Ordem, considera-se constituíd­a a assembleia­s quando estão presentes a maioria dos médicos e passada uma hora após a indicação na convocatór­ia poderá funcionar com os médicos presentes, seja qual for o seu número. Nos termos do artigo 30º do referido Estatuto, as deliberaçõ­es só serão válidas quando o número total de votantes for superior a 25 por cento, o que foi respeitado na referida Assembleia. Nos termos do nº1 alínea a) e c) do artigo 35º dos Estatuto da Ordem, compete à Assembleia Regional pronunciar-se sobre todos os assuntos que interessam aos médicos, desde que constem da respectiva ordem de trabalho, o que aconteceu na referida Assembleia.

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ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Bastonária da Ordem dos Médicos de Angola, Elisa Gaspar

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