Federações sem verbas para custear os testes
As Federações de Natação (FAN) e de Ciclismo (FACI) garantem não ter condição financeira para custear os testes de despiste à Covid19 para atletas e demais intervenientes durante as competições nacionais programadas para a época desportiva 2020/2021.
Ao Jornal de Angola, Ana Lima, vice-presidente cessante da FAN, e João Francisco, secretário-geral cessante da FACI, foram unânimes em sugerir a comparticipação do Estado nos custos dos testes com 50 por cento do valor.
“A natação é um desporto de baixo risco, mas que está sujeita às regras de testagem e isto representa um custo bastante alto para os seus intervenientes, sobretudo, numa altura em que os clubes não têm formação e receitas”, disse Ana Lima, bastante apreensiva.
A dirigente acrescentou: “É um forte constrangimento. Estive reunida com o 1º de Agosto, clube que ainda não retomou a actividade, exactamente, devido às dificuldades com a testagem; estão a dar prioridade a outras modalidades. Isso, de facto, traz um peso financeiro acrescido”.
A também candidata à presidente da FAN concorda que, por um lado, a obrigatoriedade de testagem protege os atletas e todas as pessoas envolvidas ao processo desportivo, mas por outro, acrescenta que os custos altos colocam as federações e clubes em situação de maiores dificuldades financeiras.
O secretário-geral cessante da FACI alinha no mesmo diapasão e considera que o ideal seria a comparticipação do Estado.
“Ajudaria muito, porque a nossa Federação não tem recursos como é o caso do futebol, por exemplo, que recebeu um apoio da FIFA. Vamos ter de chorar junto dos patrocinadores e, nessa altura da pandemia, vai ser difícil conseguir ajuda. O problema está nos custos dos testes”, lamentou.
Na antevisão da organização do 'Grande Prémio Pepino' marcado para este mês na província da Huíla, o dirigente pranteou: “Vamos depender muito dos nossos patrocinadores, porque estamos a 'travar com duas rodas', como se costuma dizer na gíria”.