Programa prevê mais meninas rurais nas escolas
João Lourenço discursou no Fórum Global da Unesco sobre Educação, decorrido por videoconferência e que juntou Chefes de Estado de todos os continentes
O Presidente da República, João Lourenço, afirmou ontem, em Luanda, que existe, no país, um programa inclusivo que visa permitir a inserção do maior número possível de meninas, sobretudo das zonas rurais, nas escolas. João Lourenço, que discursava, por videoconferência, no Fórum Global da Unesco sobre Educação, que juntou Chefes de Estado de todos os continentes, esclareceu que a selecção das meninas para o referido programa resulta do facto de serem vítimas, desde tenra idade, de entraves culturais, estereótipos sociais e marginalização, que as empurra para o trabalho infantil e gravidez precoce. O Chefe de Estado garantiu que, apesar do quadro sombrio provocado pela pandemia da Covid-19, Angola não se deixou abalar e, com resiliência, está a implementar medidas para mitigar os efeitos negativos da doença nas mais diversas áreas da vida social.
O Presidente da República, João Lourenço, deu a conhecer, ontem, a existência, no país, de um programa inclusivo que visa permitir a inserção do maior número possível de meninas, sobretudo das zonas rurais, nas escolas.
Ao discursar , por videoconferência, no Fórum Global da Unesco sobre Educação, que juntou Chefes de Estado de todos os continentes, João Lourenço esclareceu que a selecção delas para o referido programa resulta do facto de serem vítimas, desde tenra idade, de entraves culturais, estereótipos sociais e marginalização, que as empurra para o trabalho infantil e gravidez precoce.
O Titular do Poder Executivo garantiu, que, apesar do quadro sombrio provocado pela pandemia da Covid-19, Angola não se deixou abalar e, com resiliência, está a implementar medidas para mitigar os efeitos negativos da doença nas mais diversas áreas da vida social.
Sublinhou que a Educação, apesar da sua transversalidade e principal guia para chegar ao conhecimento, através da ciência e tecnologia, também foi “severamente afectada”.
O Presidente da República revelou que mais de 13 milhões de alunos matriculados no presente ano lectivo viram-se, temporariamente, confinados em casa e privados do acesso às aulas. “Decidimos pelo retorno gradual das aulas, a partir do passado dia 5 de Outubro, tendo, para o efeito, elaborado um calendário lectivo reajustado com os respectivos programas mínimos e orientações metodológicas”, esclareceu.
João Lourenço disse estarem a ser alocadas verbas extraordinárias às escolas para assegurar a sustentabilidade do processo de ensino e devolver aos alunos, professores e famílias a esperança e confiança de uma vida escolar segura.
Neste particular, destacou o programa “Valor Criança”, que está a ser implementado em três províncias, no âmbito do sistema integrado de gestão da acção social, que incide sobre a prevenção da malnutrição e promoção da saúde infantil, e registo de nascimento na inserção do sistema de ensino, atribuindo apoio financeiro às famílias mais pobres.
João Lourenço ressaltou que o programa de protecção social através de transferências monetárias, denominado Kwenda, implementado em parceria com o Banco Mundial, está a causar impacto positivo na vida das famílias e das comunidades, sobretudo dos agregados familiares mais vulneráveis.
Outra prioridade do Governo angolano, prosseguiu, prende-se com a formação e capacitação dos professores e gestores escolares para a mudança da nova abordagem das escolas em contexto da Covid-19, com ferramentas que colocam a acção em prol da defesa da vida e da construção do conhecimento.
Apesar dos diversos condicionalismo, com os quais o Governo se bate, João Lourenço revelou estar em desenvolvimento, no país, um programa que visa a massificação do uso das novas tecnologias de informação e comunicação em escolas do ensino secundário, tendo já sido aprovada a modalidade de ensino à distância e semi-presencial.
Disse terem sido já disponibilizados todos os materiais curriculares, sobretudo do ensino primário, através do portal de Serviços Públicos Electrónicos (SEPE), para permitir o acesso fácil aos conteúdos oficiais ministrados nas diferentes classes.
“Encontra-se em fase final o processo de revisão, actualização e melhoramento dos manuais escolares e instrumentos co-relacionados do ensino geral, sendo que, por esta via, estima-se promover e melhorar o ensino e aprendizagem”, frisou.
Aumento de salas de aula
O Titular do Poder Executivo disse terem sido estabelecido parcerias para alargar os espaços educativos e atender maior número de crianças, tendo, desta acção, resultado a disponibilidade de mais de 69.348 novas salas de aulas. Foram disponibilizadas 16.069 salas de aula para o ensino secundário e 11.895 para o I Ciclo.
João Lourenço informou que os resultados do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) têm permitido o aumento significativo do número de salas de aulas, tendo já gerado 22.844 salas de actividades para as crianças dos zero aos quatro anos, 17.400 para a classe de iniciação e 1.140 para reforçar o combate ao insucesso escolar e atender as crianças com necessidades educativas especiais.
“Gostaria de reafirmar o inabalável engajamento do meu Governo em criar, cada vez mais, oportunidades para o acesso das nossas crianças à escola e uma educação de qualidade, investindo, no sector, recursos necessários e indispensáveis para a segurança e qualidade do processo de ensino e aprendizagem”, realçou.
O Presidente João Lourenço reconheceu as consequências da Covid-19 na economia, no desenvolvimento humano e social das nações.
Evitar catástrofe
Ao falar à imprensa sobre o evento, a ministra de Estado paraaÁreaSocial,CarolinaCerqueira, esclareceu que teve comoprincipalobjectivoamobilizaçãoderecursosparao financiamento à educação, tendo em conta que a pandemia da Covid-19 trouxe uma grande falência, a nível de todo o mundo, na disponibilidade que os Estados e Governos deviam dedicar à educação.
A ministra de Estado disse ter sido reafirmado que todos os doadores deviam aumentar o investimento na educação e na formação, de 7 para 10 porcento, para evitar uma catástrofe mundial no segmento da educação que, como destacou, é a chave do desenvolvimento sustentável e do bem-estar das populações.
“Deixou-se um apelo mundial para que se invista mais na educação, que recursos sejam disponibilizados pelos Estados para que nenhuma criança fique fora da escola, uma vez que, desde o surgimento da pandemia da Covid19, vinte e quatro milhões de crianças deixaram de ir às escolas”, frisou.
Carolina Cerqueira disse ter sido lançado, neste encontro, o apelo para se repensar e fazer a educação com resiliência, que permita que as crianças tenham o acesso à escola, que não aumente o fosso entre as mais pobres e aquelas, cujas famílias tenham mais possibilidade de ter uma educação com qualidade.
Outro apelo foi no sentido de que a Covid-19 não traga a rotura da esperança de que as crianças possam, através do saber e da escola, contribuir para um futuro melhor para as jovens gerações.
A ministra de Estado para a Área Social disse ser a primeira vez que um Chefe de Estado angolano participou, ao mais alto nível, neste encontro.
Acreditação de embaixadores
Antes de participar no Fórum Global sobre Educação, o Presidente da República acreditou os novos embaixadores da Itália, Cristiano Gallo, da Índia, Pratibha Parkar, da União Europeia, Jeanne Georgine Seppen, da Argélia, Abdrlhakim Mihoubi, e da Sérvia, Milos Perisic.
O Chefe de Estado acreditou, igualmente, o embaixador do Líbano, Kabalan Frangieh, com o estatuto de não residente.