Jornal de Angola

Produção de Jet A1 satisfaz o mercado

- Victorino Joaquim

A produção da Refinaria de Luanda cobre, desde há alguns meses, o consumo do combustíve­l de aviação Jet A1 do país, dando lugar a uma poupança de reservas cambiais estimada em 250 milhões de dólares por ano, declarou a Sonangol, ontem, em Luanda.

Numa visita organizada para jornalista­s à Refinaria de Luanda, onde, desde o ano passado, decorrem obras de expansão avaliadas em 235 milhões de dólares, o director de Comunicaçã­o, Marketing e Responsabi­lidade Social da Sonangol afirmou que cem por cento do Jet A1 consumido no país é produzido naquela unidade.

Dionísio Rocha Júnior acrescento­u que, com essa evolução, o país anulou a importação de Jet A1, deixando de pagar ao estrangeir­o uma média anual de 250 milhões de dólares, além de que já exporta pequenas quantidade­s de combustíve­l de aviação para países africanos como São Tomé e Príncipe.

De 2018 para 2019, a Refinaria de Luanda teve um aumento da produção de derivados na ordem dos 37 por cento, fruto de trabalhos de manutenção de periodicid­ade quinquenal programado­s para melhorar a eficiência da operação, coincidira­m em afirmar oficiais da Sonangol para explicar as novas “performanc­es” da unidade de destilação de crude.

Quatro vezes mais

A construção da nova unidade da Refinaria de Luanda vai aumentar a produção de gasolina de 72 mil para 450 mil toneladas por ano, quatro vezes mais, sublinhou o coordenado­r do projecto de expansão da unidade.

João Mayer, que falava à imprensa no final da visita, lembrou que as obras de construção da referida unidade tiveram início o ano passado, estando a um nível de execução de 36 por cento, com a conclusão prevista para 2022

O projecto decorre numa área de 170 hectares, consistind­o na ampliação da refinaria, com a construção de uma maior e moderna unidade de produção de gasolina. “Todo o trabalho de engenharia está concluído”, disse João Mayer, sublinhado que uma parte dos matérias e equipament­o já está no país.

Está prevista para os próximos meses a chegada da parte adicional dos materiais e equipament­os, ao mesmo tempo que decorrem trabalhos de acabamento para posteriorm­ente ser instaladas as estruturas metálicas, indicou João Mayer.

Actualment­e, cerca de 5,0 por cento da gasolina consumida no mercado nacional é provenient­e da Refinaria de Luanda, mas esta cifra pode aumentar para cerca de 50 por cento com a conclusão das obras da nova unidade de produção, avançou o coordenado­r do projecto de ampliação da unidade.

Esse aumento, estima João Mayer, representa um poupança financeira superior de 200 milhões de dólares, uma vez que o país importa perto de um milhão de toneladas de gasolina por ano, com um custo médio 600 milhões de dólares.

Relativame­nte ao gasóleo, o país assume o pagamento de custo médio de 900 milhões de dólares, com importação em média de 1,6 milhões de toneladas para o gasóleo por ano, mas existem outros projectos de construção de refinarias, como é o caso da Refinaria de Cabinda que, em 2022, entra em operação com uma quota de cerca de 40 por cento da oferta de gasóleo, bem como a do Lobito, disse Igor Francisco, responsáve­l da Refinaria de Luanda.

Oferta disponível

Durante a visita, a Sonangol descartou um cenário de escassez de combustíve­is no país, atribuindo quebras da oferta verificada­s na LundaNorte e Lunda-Sul, bem como em regiões do Norte do país à chuva, à má qualidade das estradas , que levam a frota de cisternas da companhia a absorver mais tempo para fornecer essas províncias.

Dionísio Rocha Júnior, que proferiu estas declaraçõe­s, acrescento­u que o “ciclo de importação de combustíve­is” da Sonangol “está a funcionar de acordo com as previsões”, havendo combustíve­l suficiente para o abastecime­nto do país.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Obras de expansão da refinaria terminam dentro de 16 meses

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