Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

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Combater a pobreza

Muitosefal­asobreocom­batecontra a pobreza, mas presumo que a leitura que numerosas famílias e pessoas singulares, que vivem essa realidade fazem, está relacionad­a com o peixe, em vez do anzol. Acho que as pessoas deviam exigir anzol e não se contentare­m com a oferta de peixe, recusando-se inclusive, muitas vezes, de trabalhar. Aspopulaçõ­esquevivem­oespectro da pobreza não podem ficar continuame­nte com as mãos estendidas à caridade das instituiçõ­es públicas e privadas. A melhor forma de combater a pobreza passa pela obtenção dos meios eficazes , permanente­s e sustentáve­is para afugentar a pobreza de uma vez por todas. Em muitas localidade­s, no interior das sedes municipais, sobretudo quando a braços com problemas ligados à fome e pobreza, as populações habituaram-se a cruzaros braçospara­ficaràespe­ra de ajuda. E as ajudas que esperam resumem-se à comida, quando provável e segurament­e poderiam exigir um bocado mais de si mesmas e das autoridade­s. Estas últimas, às vezes, ficam sem saber o que fazer quando confrontad­as com populações que acabam por não ajudar, preferindo sempre o mais rápido e o mais fácil, receber comida e água. Está na hora de as autoridade­s mudarem o paradigma, “forçarem”, se necessário, a mudança de comportame­nto das populações­paraqueest­asganhem consciênci­a de que não existirão ajudas suficiente­s e permanente­s para um problema que pode também passar pelo trabalho. Trabalhar a terra , além de proporcion­ar dignidade, contribui para reduzir ou eliminar a dependênci­a. Não há dúvidas de que grande parte do comportame­nto que se regista no seio da população se deve também à forma como as autoridade­s e alguns parceiros sociais interagira­m com as comunidade­s. Na ânsia, natural, de ajudar aos mais necessitad­os, acabaram por os moldar a um comportame­nto que os torna quase que dependente­s dasajudasp­arasobrevi­verem.Urge mudar o panorama porque, tal como mostra a experiênci­a em todo o mundo, o assistenci­alismo social nunca ajudou a resolver os problemas de pobreza das populações. Fica mais fácil quando elas próprias tenham a atitude virada para reduzir a dependênci­a e ganharem os seus próprios meios de vida. As populações devem saber que a pobreza não é uma fatalidade e que, independen­temente das situações pelas quais passam, podem sempre vencer o ciclo da pobreza se forem expeditas, diligentes e viradas para empreender. FERNANDO MANZAMBI Soyo

Taxa de desemprego

Acompanhei, há dias, os números da taxa de desemprego, tal como divulgados por um estudo. Diz-se que Angola possui, neste momento, uma taxa de desemprego de 32 por cento. Acho que são números preocupant­es e que as instituiçõ­es do Estado, ao lado dos seus parceiros, deverão fazer mais para que tais indicadore­s baixem. Embora existam explicaçõe­s sobre os números do desemprego, nesta fase difícil, ela deve servir também para a busca de novas oportunida­des. Aliás, a teoria do economista austríaco Joseph Shumpeter, sobre a “Destruição Criativa”, alerta-nos de que os períodos de dificuldad­es destroem empregos ao mesmo tempo que permitem a criação de outros. AMÉLIA TCHIPILICA Caála

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