BFA lidera quota nos mercados informais
Os inquéritos a apresentar hoje apuraram que 51,3 por cento dos homens e 29,4 por cento das mulheres têm conta bancária
O Banco de Fomento Angola (BFA) lidera a quota de bancarização dos mercados informais de Luanda, secundados pelo Banco Angolano de Investimentos (BAI) e Banco BIC. No mercado do Asa Branca, o BFA lidera com 18,1%, BIC (18,1%), BPC (16%), BAI (11,1%) e BSOL (10,4%). Nos Congolenses, o BFA com 21,9%, BAI (17,6%), BIC (11,2%), BCI (9,1%) e BMA (9,1%), enquanto no Catinton o BIC lidera com 23,9%, BFA (22,5%), BMA (16,9%), BPC (11,3%), BSOL (7%) e BAI (7%).
Já no mercado do Kikolo 1, o BFA tem maior quota com 22,7%, BAI (19,1%), BMA (15,2%), BIC (10,5%) e BSOL (9,4%) e no Kikolo 2: BAI (29,2%), BFA (13,6%), BIC (13,3%), BSOL (12,1%) e BMA (11,2%). O BFA está em primeiro com (25,9%) no Mercado do 30, a seguir o BIC (22,2%), BPC (15,4%), BSOL (11,7%) e BMA (9,3%).
Os números apresentados constam dos principais resultados dos inquéritos relativos à inclusão financeira realizados pelo Conselho Nacional de Estabilidade Financeira (CNEF) no mercado popular do “Km 30”, Kikolo, Asa Branca, Congolenses
e Mercado 1.º de Agosto (Catinton), e transcreve também as recomendações resultantes da análise dos resultados.
Os inquéritos, a serem lançados hoje no site do CNEF, foram criados por uma equipa do Secretariado Executivo do CNEF e realizados em parceria com o Banco Nacional de Angola (BNA), a Comissão do Mercado de Capitais (CMC), a Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG) e o Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC), em Março de 2020, tendo consistido no questionamento de 2.940 pessoas, num universo estimado de 25.000 comerciantes.
Conta bancária por sexo
Nos mercados, apurou-se que 51,3 por cento dos homens e 29,4 por cento das mulheres têm conta bancária. O banco BAI é o mais eleito pelos homens e o BFA pelas mulheres. No entanto, segundo o estudo, mais de 90 por cento dos homens e mulheres não têm seguro, mas entre os homens (8%) há mais tomadores de seguro do que entre as mulheres (4%). Os homens (60%) poupam mais do que as mulheres (56%) e, apesar do baixo grau de endividamento, as mulheres (19%) estão mais endividadas do que os homens (14%).
O inquérito avança que mais de 38,1% dos comerciantes obtiveram crédito mais de 10 vezes. Na generalidade, o crédito é pessoal ou contraído pela kixiquila e o montante é igual ou inferior a Kz 17,8 por cento, mais de 5 vezes e 16,8, entre 3 a 5 vezes.
Operações
Quanto à realização de transacções comerciais, a utilização de dinheiro físico representou 88,2% das operações de pagamento, tendo a utilização do TPA correspondido a 1,2% do total das operações, mas 80% dos comerciantes gostariam de disponibilizar aos seus clientes esse método de pagamento.
Os comerciantes bancarizados (66%) poupam mais do que os não bancarizados (44%) enquanto os comerciantes bancarizados obtiveram montantes de crédito significativamente mais elevados do que aqueles que estão excluídos do sistema bancário.
O inquérito revela ainda que apenas 17,6% dos inquiridos bancarizados e 1,7% dos não bancarizados obtiveram crédito por via bancária e os comerciantes bancarizados (38%) são mais propensos a vender os seus produtos/serviços online do que os não bancarizados (21%).
Método de pagamento
O dinheiro físico em todos os mercados predomina o pagamento. No Mercado do 30 e do Catinton, 99,8% e 97,3% das operações de pagamento, respectivamente, são transaccionadas com dinheiro físico. No Asa Branca, 86,1%, Congolenses, 82,1%, Kikolo 2, 79,6% e no Kikolo 1, 81,3%.
Quanto ao pagamento digital há o registo de 35 casos, sendo o Kikolo 1 o mercado onde mais se verificam utilizadores deste método de pagamento, seguido do Kikolo 2, com 10 casos. No Catinton foram observados apenas 2 casos, no Asa Branca 4 e nos Congolenses 5. Não se verificaram pagamentos digitais no Mercado do 30, segundo o inquérito.
Em relação ao pagamento por via de TPA verificamse mais casos nos mercados do Kikolo 2, Kikolo 1 e Asa Branca, com uma taxa de utilização de 1,4%, 1,3% e 1,1%, respectivamente. Em todos os mercados, mais de dois terços dos comerciantes gostariam de ter um TPA para receber pagamentos.