Preços dos produtos da cesta básica
Os preços dos principais produtos da cesta básica no mercado mereceram a análise no espaço “Voz do Cidadão”, numa altura em que se aproxima a quadra festiva. O Jornal de Angola apurou que grande parte das superfícies comerciais e mercados informais da capital, os preços aumentaram entre 40 e 60 por cento.
No mercado informal, o preço de um quilo de arroz passou de 350 para 500 kwanzas - o saco de 25 quilos custa 14.000 kwanzas, um recorde de vários meses - e o de uma lata de leite condensado de 700 para 1000 kwanzas.
O engenheiro Informático Paulo de Castro lamentou e não entende as razões que estão na base da subida galopante dos preços no mercado informal e formal.
Apontou o caso do supermercado Candando que vende um pacote de massa esparguete a 500 kwanzas e um litro de óleo vegetal a 1.500.
Paulo de Castro disse ainda que com o mais recente aumento dos preços das comunicações telefónicas veio complicar ainda a difícil situação dos angolanos e em muitas lojas os preços dos aparelhos são incompatíveis com o poder de compra dos cidadãos.
“É um absurdo. A minha família por exemplo é constituída por sete pessoas e praticamente a pessoa tem de gastar mais de 100 mil kwanzas para a compra de frescos necessários para o mês”, reclamou o engenheiro Informático.
Já a estudante do curso de Gestão na Universidade Agostinho Neto, Olímpia Maurício, para se resolver este problema da escassez dos produtos da cesta básica é necessário que o Executivo trabalhe na reabilitação das estradas nacionais para facilitar o escoamento de produtos. “Há bens da cesta básica que nós não produzimos em grande escala, por isso precisamos de trabalhar para diminuir as exportações e dar maior poder aos produtores nacionais”, disse.
A estudante afirmou ainda que não se admite um país com terras aráveis depender excessivamente de importações, pelo que sugere a intensificação da produção rural em grande escala. “As políticas que o Executivo está a implementar são boas, mas vamos ver o problema das vias porque com elas teremos um bom escoamento dos produtos diversos”, salientou.
Olímpia Maurício defendeu uma maior produção nacional para se poder baixar os preços da cesta básica e pediu que o Executivo revitalize as estradas para maior escoamento dos produtos nacionais.
Para a doméstica Teresa
No mercado informal, o preço de um quilo de arroz passou de 350 para 500 kwanzas - o saco de 25 quilos custa 14.000 kwanzas, um recorde de vários meses
Soares, a constante subida dos preços deixa as famílias angolanas com menos poder de compra. Por exemplo, disse que o saco de arroz que custava oito mil kwanzas passou para 14 mil kwanzas. Já o saco de fuba de milho que era vendido a sete mil agora custa 10 mil kwanzas e a caixa de óleo alimentar de quatro mil para 11 mil kwanzas.
Teresa Soares disse que os vendedores só aumentam os preços porque os grossistas e distribuidores vendem os produtos caros, daí o apelo ao Executivo a estudar uma forma de baixar os preços praticados actualmente.
A estudante do curso de Gestão e Recursos Humanos, Benvinda de Castro, disse que, por causa deste forte aumento, algumas famílias recorrem em fazer “sócias”, porque passou a ser incomportável levar um saco de arroz inteiro para casa, devido ao seu preço alto.
“As pessoas estão a se juntar para comprar o arroz, as caixas de frango e de peixe congelado porque deixaram de ter poder de compra, tudo por causa da crise que teve início em 2014”, recordou. A estudante lembrou que com a situação da pandemia da Covid-19, as coisas estão a ficar cada vez mas complicadas.
“Veja hoje que um litro de óleo vegetal que custava 800 kwanzas está agora a ser comercializado a 1.300 kwanzas”, afirmou, para quem é “urgente que se ponha fim a isto, pois não é normal que as coisas subam assim”. Reforçou que os especuladores devem ser responsabilizados pelo aumento dos preços dos principais bens de consumo.