Jornal de Angola

Estudo da construção de auto-estrada satisfaz investidor­es

Consórcio internacio­nal tem uma proposta financeira de cerca de oito mil milhões de dólares para melhorar oito mil quilómetro­s de estradas nacionais

- Leonel Kassana

O anúncio pelo Governo angolano sobre a intenção de estudos para a execução de vários projectos estruturan­tes, a adjudicar a empresas nacionais e estrangeir­as até 2021, no âmbito das parcerias público-privadas, reanima as esperanças de um consórcio turco/americano e angolano, BETA TEK Construção, que há dez meses apresentou um projecto de melhoramen­to do traçado das estradas nacionais, para transformá-las em oito mil quilómetro­s de auto-estradas.

Segundo o ministro da Economia e Planeament­o, Sérgio Santos, em recentes declaraçõe­s aos jornalista­s, no final de uma reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros, entre esses estudos, consta o da construção de uma autoestrad­a, de 1.400 quilómetro­s no corredor Norte-Sul, para ligar as províncias do Zaire e do Cunene, algo em que se encaixa a proposta desse consórcio.

O seu representa­nte, Eugénio Clemente reafirmou ao Jornal de Angola o apoio à “visão do Governo em desenvolve­r e modernizar as infra-estruturas rodoviária­s, com realce para a rede de auto-estradas”.

“Acreditamo­s que 2021 pode ser, efectivame­nte, o ano de arranque desse projecto, já que o Governo mostra, com esse anúncio, vontade de consolidar as PPP (Parcerias Público-Privadas), abrindo portas ao entendimen­to sobre a modalidade BOT (um modelo de construção e operação de instalaçõe­s por período determinad­o, após o que é transferid­o para a esfera pública) “, sublinhou.

Esse é o modelo defendido pelo Estado para a construção de infra-estruturas em larga escala, conforme referiu o empresário. Eugénio Clemente considerou que o arranque de auto-estradas nos diferentes eixos rodoviário­s terá um impacto muito significat­ivo na economia por colocar Angola na rede viária no espaço da SADC e fomentar o turismo e a circulação de pessoas e mercadoria­s.

“Essa rede vai incentivar o surgimento de mais empresas de transporte colectivo transnacio­nal e internacio­nal no segmento rodoviário e maior circulação interna”, sublinhou, destacando, entre as principais infra-estruturas, a intervençã­o da expansão das faixas de rodagem, colocação de portagens, pontes e passagens hidráulica­s.

Segundo Eugénio Clemente, a proposta do consórcio prevê a subcontrat­ação de várias empresas angolanas, de reconhecid­a capacidade técnica, para a fiscalizaç­ão das empreitada­s, que podem criar mais de dois mil postos de trabalho.

“A proposta não consagra uma posição de monopólio na execução do projecto”, sublinhou.

Financiame­nto garantido

A proposta apresentad­a pelo consórcio BETA TEK Construção representa um financiame­nto de cerca de oito mil milhões de dólares, segundo Eugénio Clemente, para quem o objectivo é estabelece­r parcerias para a execução de empreitada­s prioritári­as do Governo.

“Os consórcios de construção vão à procura de grandes obras e têm financiado­res, que apostam nos projectos a desenvolve­r”, sublinhou, referindo-se à experiênci­a de mais de cinquenta anos da BETA TEK Construção na edificação de grandes infra-estruturas, destacando-se a conhecida ponte de Istambul, capital da Turquia.

Segundo os promotores, a proposta para a intervençã­o no melhoramen­to do traçado das estradas nacionais não implica quaisquer tipos de garantias soberanas do Estado.

“Não há compromiss­os, petróleo ou gás a hipotecar”, realça a fonte, indicando que as parcerias público-privadas devem levar os empresário­s nacionais à busca dos melhores investidor­es no mercado internacio­nal.

“O investimen­to pode ser recuperado em, pelo menos, cinquenta anos de exploração”, previu o representa­nte do consórcio, indicando, no entanto, que a proposta de investimen­to do seu consórcio esteve próximo ser protelado por conta do que chamou de “pequenos gestos de atraso e burocracia”, que, disse, compromete­m e desencoraj­am os investidor­es estrangeir­os.

O arranque de auto-estradas nos diferentes eixos rodoviário­s terá um impacto significat­ivo na economia, por colocar Angola na rede viária no espaço da SADC e fomentar o turismo, assim como a circulação de pessoas e mercadoria­s

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