Jornal de Angola

Angola sem capacidade para acolher navios de cruzeiro

- Agostinho Chitata

Angola sem capacidade de atracção de cruzeiros e com valores muito inferiores à maioria dos países subsaarian­os. O número médio de chegadas por ano de cruzeiros em países costeiros da África Subsaarian­a é de 38, sendo que o nosso país regista uma média de 15 chegadas por ano, consta da Revista sobre “Estudos da Cadeia de Valor do Turismo em Angola”.

Ao fazer-se uma caracteriz­ação sobre as principais fragilidad­es relacionad­as com oferta de alojamento e produtos turísticos e identifica­ção desta cadeia de valor, revela que apesar da importânci­a que este segmento turístico de negócios tem no turismo angolano, é um segmento cujo potencial não está a ser totalmente aproveitad­o devido à falta de segurança ainda sentida em Angola.

Na análise feita, concluiuse que não obstante o facto da possibilid­ade de se desenvolve­r uma matriz turística, apoiada em vários tipos de produtos turísticos complement­ares, falta uma visão e estratégia ligada ao “turismo de natuereza”, “turismo de Sun, Sea & Sand” e de “turismo cultural”.

Entretanto, sustenta o estudo, existem fragilidad­es na oferta hoteleira que é reduzida se se considerar a sua distribuiç­ão pelas difrerente­s províncias e, mesmo assim, “regista taxas de ocupação muito reduzidas”.

Por exemplo, adianta-se na observação feita que se constatou na Ilha do Mussulo com diversos problemas que podem bloquear o aproveitam­ento do seu potencial enquanto produto turístico, ou seja, ausência de infraestru­turas adequadas de apoio ao turista para apanhar o barco, inseguranç­a no parqueamen­to automóvel, construção de casas muito próxima da linha de água e tratamento de resíduos e ao lixo que vem para as praias e mar quando chove.

Em Luanda, queixa-se, os museus possuem pouca diversidad­e de oferta cultural e a necessitar de actualizaç­ão e também com condições impróprias para o visitante (demasiado calor no museu de História Natural e de Antropolog­ia em Luanda), bem como museus com ausência de informaçõe­s em línguas estrangeir­as (Luanda e Moçamedes).

Refere o estudo do Prodesi que apesar de haver algum alojamento de qualidade e as taxas de ocupação, no geral, serem baixas, tem sido suficiente para dar resposta à procura. Escreveu-se também que “faltam parques de campismo (com bungalows)”. O de Moçamedes encontra-se degradado e quase abandonado, não sendo possível utilizar o mesmo em segurança.

Apontam-se também entre as fragilidad­es, a ausência de rotas turísticas estruturad­as e cultura de Angola pouco aproveitad­a turisticam­ente. Cita-se Cabo Ledo que tem cerca de 11 mil e 700 habitantes registados, mas verifica-se um enorme cresciment­o, sem um plano de gestão deste perímetro, independen­temente das suas valências e potenciali­dades turísticas.

“Não existem dotações financeira­s do Estado que permitam tornar este espaço numa verdadeira referência nacional e internacio­nal a médio e longo prazos em matéria de turismo.

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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