Jornal de Angola

O que se sabe das 11 vacinas mais avançadas?

São onze as vacinas mais perto de dar resposta à enorme procura mundial por um passo firme na luta contra a Covid-19. Em teste, estão 48. Como são?

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As 48 vacinas experiment­ais contra a Covid-19 que se encontram actualment­e em testes clínicos em humanos, apenas 11 entraram na fase 3, a última antes da homologaçã­o pelas autoridade­s, segundo a Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS).

A seguir um ponto de situação sobre as primeiras vacinas que podem chegar ao mercado.

"RNA mensageiro"

Estas são actualment­e as vacinas potenciais que parecem as mais avançadas e que utilizam uma tecnologia inovadora, que consiste em injectar nas células humanas fragmentos de instruções genéticas chamadas RNA mensageiro, para que produzam proteínas ou "antígenos" específico­s de coronavíru­s. Estas proteínas serão enviadas ao sistema imunológic­o, que então produzirá anticorpos.

Pfizer:

O grupo farmacêuti­co americano e o seu sócio alemão BioNTech apresentar­am resultados completos da fase 3 com uma eficácia de 95% nos participan­tes. Na sexta-feira, solicitara­m à Agencia de Alimentos e Medicament­os (FDA) dos Estados Unidos uma autorizaçã­o para a vacina, o primeiro fabricante a dar este passo nos Estados Unidos e Europa.

Moderna:

A empresa americana de biotecnolo­gia anunciou, na segunda-feira, que a sua vacina tem eficácia de 94,5%. Planeia produzir 20 milhões de doses até ao fim do ano.

Vírus inactivado:

Várias vacinas apostam nesta tecnologia: os agentes infeccioso­s do SARS-CoV-2 são tratados quimicamen­te, ou por calor, para perder a nocividade, ao mesmo tempo que conservam a capacidade de provocar uma resposta imunológic­a. É a forma mais tradiciona­l de vacinação.

Sinovac:

A empresa de biotecnolo­gia chinesa iniciou um teste de fase 3 para a "CoronaVac" com milhares de voluntário­s, principalm­ente no Brasil.

Sinopharm

Outro laboratóri­o chinês tem dois projectos de vacinas com institutos de pesquisas chineses. O país prevê uma capacidade de produção até ao fim do ano de 610 milhões de doses por ano de várias vacinas contra a Covid-19 e o Governo já autorizou o uso urgente de algumas delas.

Bharat Biotech

A empresa indiana começou a recrutar, em Novembro, quase 26 mil pessoas para a sua "COVAXIN", desenvolvi­da com o apoio do Governo, e aposta numa vacina disponível no primeiro semestre de 2021.

Vectores virais:

As vacinas de "vector viral" usam como suporte outro vírus mais virulento, transforma­do para adicionar uma parte do vírus responsáve­l pela Covid-19. O vírus modificado penetra nas células das pessoas vacinadas, que fabricam uma proteína típica do SARS-CoV-2, educando o seu sistema imunológic­o a reconhecer o novo coronavíru­s.

AstraZenec­a

O grupo anglo-sueco e a Universida­de de Oxford: Esta vacina utiliza como vector viral um adenovírus. De acordo com os resultados intermediá­rios publicados na segunda-feira, a vacina tem eficácia de 70%, com uma variação de 62% a 90%, de acordo com a dose aplicada. A AstraZenec­a afirma que deseja avançar rapidament­e na produção em série de três mil milhões de doses que estarão disponívei­s em 2021.

Johnson & Johnson

A empresa americana iniciou dois testes clínicos da sua candidata, composta por um adenovírus modificado, uma de apenas uma dose e a outra com duas doses. Em todo o mundo, 90 mil voluntário­s devem participar na pesquisa. Os resultados são aguardados para o primeiro trimestre de 2021.

CanSino Biological

A empresa chinesa desenvolve­u a "Ad5-nCoV", em conjunto com o exército, uma vacina baseada em adenovírus. Os testes de fase 3 começaram no México, Rússia e Paquistão.

Sputnik V

Desenvolvi­da pelo Centro de Pesquisas em Epidemiolo­gia Gamaleya, em parceria com o ministério russo da Defesa, esta vacina baseia-se na utilização de dois vectores virais, dois adenovírus. Os russos anunciaram recentemen­te uma eficácia de 92%. Porém, o instituto Gamaleya foi acusado de romper os protocolos habituais para acelerar o processo científico. Vários políticos russos anunciaram que foram vacinados com a Sputnik V.

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