Recuperação em África vai ser lenta e desigual
A agência de notação financeira Moody's considerou ontem que a recuperação económica em África será lenta e desigual, com a queda das receitas a exacerbar os desafios da sustentabilidade da dívida pública no continente.
“A recuperação económica será lenta e desigual, e a fraca recuperação da receita vai exacerbar os desafios sobre a sustentabilidade da dívida nos países da África subsaariana, ao passo que a diminuição das receitas em moeda estrangeira vai aumentar as vulnerabilidades externas", refere a Moody's.
Numa nota sobre a recuperação das economias africanas, enviada aos clientes, a Moody's diz que estes factores "vão contribuir para condições financeiras permanentemente apertadas e fontes de financiamento limitadas que coincidem precisamente com o aumento das necessidades de financiamento”.
Segundo a Lusa, a Moody's escreve que as fraquezas institucionais da generalidade dos Governos africanos aumentam a probabilidade de o crescimento ser reduzido “por um período significativo de tempo, resultando em menores rendimentos, desigualdade aumentada e mais tensões sociais”.
A crise trazida pela pandemia de Covid-19 prejudica também a sustentabilidade da dívida pública, que tem crescido exponencialmente devido às necessidades de aumentar a despesa pública no combate à propagação da doença. “Os países de baixo rendimento com elevados fardos da dívida e exposição aos riscos cambiais são os mais vulneráveis”, assinala ainda a agência de notação financeira.
A conjugação destes factores traduzem-se numa deterioração das condições em todo o continente, “com a actividade económica, a despesa pública e as finanças do Estado afectadas pelas consequências da pandemia", salientam os analistas.