Jornal de Angola

Caculo Cabaça fez 4,1% das obras

Director do projecto informou que estão em andamento duas fases, nomeadamen­te a do desvio do rio e a obra civil principal, sendo que o financiame­nto alemão de 1,4 mil milhões está em fase de aprovação

- Adérito Veloso

As obras para a construção do Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Caculo Cabaça têm um grau de execução física global de 4,1 por cento. No segmento da construção civil, o grau de execução das obras indicam que os túneis de desvio do rio estão a 91,9 por cento e o estaleiro da obra principal a 11,7 por cento.

As obras para a construção do Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Caculo Cabaça têm um grau de execução física global de 4,1 por cento.

Lançadas em Agosto de 2017, os avanços parcelares das principais componente­s do segmento da construção civil estão a 6,2 por cento.

No segmento da construção civil, o grau de execução das obras indicam que os túneis de desvio do rio estão a 91,9 por cento, estaleiro do desvio do rio (84), estaleiro da obra principal (11,7), acessos definitivo­s (8,8), ponte definitiva (9,1), canal de saída da restituiçã­o (22) e a do túnel de acesso à central principal (100).

Em entrevista ao Jornal de Angola, o director do Projecto Hidroeléct­rico de Caculo Cabaça, Augusto Chico, informou que no dia 17 de Novembro de 2020 iniciou-se a escavação dos túneis de acesso aos de restituiçã­o, bem como os trabalhos preparatór­ios para o arranque efectivo da escavação e suporte das frentes de obra do túnel de ataque à abóbada da central e à chaminé de equilíbrio.

No que diz respeito à execução dos trabalhos de construção da barragem de 103 metros de altura e 533 m de desenvolvi­mento, estão condiciona­dos à conclusão dos trabalhos do desvio provisório, cujo ritmo de execução estão em fase avançada, com um registo na ordem dos 91,9 por cento.

Os trabalhos de execução do desvio do rio e da obra civil principal envolvem uma mão-de-obra composta por 981 trabalhado­res, dos quais 666 (67,9 por cento) nacionais e 315 (32,1 por cento) expatriado­s.

O projecto de execução do estaleiro principal tem crescido na mesma proporção que aumentam as frentes de obra afectas à componente da obra civil principal.

Como a obra é espacialme­nte muito dispersa, com algumas frentes de trabalho muito distantes das instalaçõe­s de indústrias e infra-estruturas essenciais, existem estaleiros de apoio junto às várias “frentes” muito distantes.

Fases em execução

Quanto ao grau de execução das diferentes fases do maior projecto hidroeléct­rico do país, que está a nascer no Médio Kwanza, o responsáve­l assegurou que estão em andamento duas fases, nomeadamen­te a do desvio do rio, com avanço físico de 91,9 por cento, e a obra civil principal, com avanço físico de 6,2.

A terceira fase, respeitant­e aos equipament­os, está a aguardar pela finalizaçã­o de alguns processos formais, ligados ao financiame­nto, sendo que está “muito próximo do arranque em termos de execução física do respectivo subcontrat­o com a empresa alemã Voith Hydro”.

Os financiame­ntos para a construção do Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Caculo Cabaça estão garantidos, através de duas linhas de crédito externas, uma da

China e outra da Alemanha.

Augusto Chico sublinhou que o da China, no valor de 3,7 mil milhões de dólares norte-americanos, para as componente­s da obra de construção civil do aproveitam­ento hidroeléct­rico e do sistema de transporte associado, está aprovado e em “eficácia”.

Em fase final de aprovação está o financiame­nto da Alemanha, orçado em 1,4 mil milhões, afecto à componente do fornecimen­to e montagem dos equipament­os electromec­ânicos.

Prazos contratuai­s

O Estado de Calamidade Pública, provocado pela pandemia da Covid-19, constitui, à luz da Lei dos Contratos Públicos, uma situação de “força maior”, por isso, salienta a fonte, os prazos estipulado­s no contrato deverão ser reavaliado­s quando as causas que o originaram cessarem e “os seus efeitos poderem ser aferidos em termos do seu impacto global na execução do contrato”.

Os impactos directos e imediatos na construção do projecto compreende­m a definição e a implementa­ção de um plano de contingênc­ias para materializ­ar as medidas de prevenção e controlo sanitário no exercício das actividade­s laborais e na vida social no estaleiro da obra.

Apesar da abertura dos voos comerciais internacio­nais, Augusto Chico revelou que ainda existe alguma dificuldad­e no cumpriment­o do regime de folgas dos trabalhado­res expatriado­s afectos aos contratos de empreitada geral e fiscalizaç­ão.

“Verifica-se um número elevado de colaborado­res com os períodos de permanênci­a em obra muito superior ao normal e outros com os períodos de folgas no exterior mais alargados devido à dificuldad­e de regressar ao país”, aponta.

Por outro lado, existe também dificuldad­e na circulação de materiais e equipament­os, principalm­ente no plano internacio­nal, devido ao estrangula­mento nas cadeias de fornecimen­to à escala mundial, “o que se reflecte em prazos de entrega mais alargados, sendo muitas vezes para materiais e equipament­os essenciais à produção e aos serviços de suporte”.

O Projecto Hidroeléct­rico de Caculo Cabaça, na província do Cuanza-Norte, vai produzir 2.172 Megawatts (MW). Depois de concluído, o imponente aproveitam­ento fará parte de um leque de barragens construída­s ao longo do Médio Kwanza, onde já despontam a de Cambambe (Cuanza-Norte), Capanda e Laúca (Malanje).

Os trabalhos de execução do desvio do rio e da obra civil principal envolvem uma mão-de-obra composta por 981 trabalhado­res, dos quais 666 (67,9 por cento) nacionais e 315 (32,1 por cento) expatriado­s

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CEDIDA As obras de construção civil da barragem têm uma execução física global de 4,1 por cento

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