Exército da Etiópia toma Mekele
As autoridades etíopes anunciaram ter conseguido o controlo da cidade de Mekele, capital da região do Tigray, enquanto a comunidade internacional teme uma catástrofe humanitária
O chefe do Estado-Maior do Exército da Etiópia, citado por diferentes agências internacionais, assegurou que as forças governamentais têm o controlo da cidade de Mekele, capital da região de Tigray. O general Birhanu Jula fez o anúncio à emissora estatal, enquanto o Primeiro-Ministro, Abiy Ahmed, disse, em comunicado, separadamente: “Entrámos em Mekele sem que civis inocentes fossem alvos”.
O chefe do Estado-Maior do Exército da Etiópia disse, sábado à noite, citado por diferentes agências internacionais, que os militares têm o controlo da capital da região de Tigray. O general Birhanu Jula fez o anúncio à emissora estatal, enquanto o PrimeiroMinistro, Abiy Ahmed, disse, em comunicado, separadamente: “Entrámos em Mekele sem que civis inocentes fossem alvos”.
A Tigray TV relatava horas antes que a cidade estava a ser “fortemente bombardeada”. Com as comunicações cortadas na região, é, porém, difícil verificar, pelo menos até ontem, as informações dadas pelas partes em conflito, o Governo da Etiópia e os líderes regionais do Tigray. Na sequência deste conflito, milhares de civis foram afectados pelos combates que se prolongam há quase um mês.
Os militares da Etiópia lançaram, sábado, ao início da tarde, uma ofensiva na capital regional de Tigray, com o objectivo de prender os líderes independentistas da região, e a cidade estava a ser “fortemente bombardeada”, noticiou a Tigray TV. As organizações humanitárias confirmaram os bombardeamentos em Mekele, uma cidade densamente povoada com meio milhão de pessoas, o que suscitou imediatamente preocupações sobre as baixas civis.
O Governo da Etiópia tinha avisado os habitantes de Mekele de que não haveria “nenhuma misericórdia” se não se afastassem a tempo dos líderes da Frente de Libertação do Povo de Tigray (TPLF). As Nações Unidas disseram que alguns residentes fugiram quando os militares chegaram às portas da cidade.
Os Estados Unidos estão seriamente preocupados com o agravamento da situação na região do Tigray, disse a embaixadora daquele país na ONU, Kelly Craft, no Tweeter, após os relatos do início dos bombardeamentos. Kelly Craft apelou ao diálogo, à protecção dos civis e ao acesso à ajuda humanitária.
“Convido todos a rezarem pela Etiópia, onde os confrontos armados se intensificaram e estão a causar uma grave situação humanitária”, afirmou o Papa Francisco, também no Twitter.
A TPLF, que em tempos dominou a coligação governamental do país, foi posta de lado pelo Primeiro-Ministro, Abiy Ahmed. Abiy rejeitou o diálogo com a TPLF, ainda numa recente reunião, na sexta-feira, com os enviados da União Africana. Cada Governo considera o outro ilegal.