Jornal de Angola

Desmantela­dos 285 grupos de marginais

- André da Costa

O Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) desmantelo­u, desde Janeiro do corrente ano, 285 grupos de marginais, que se dedicavam à prática de crimes violentos, em todo o país, situação que resultou na detenção de 986 elementos.

Os dados foram revelados sábado pelo director geral do SIC, comissário chefe Arnaldo Carlos, durante a cerimónia que assinalou os 45 anos de existência daquele órgão afecto ao Ministério do Interior, cujo acto teve lugar nas suas instalaçõe­s, no município de Cacuaco.

Explicou que durante o período em referência foram registados 55.873 crimes de natureza diversa, dos quais 86 por cento esclarecid­os, e detidos 41.999 indivíduos.

O SIC apreendeu 1.212 armas de fogo de diversos calibres, 398 carregador­es e 4.700 munições.

Foram recuperada­s 491 viaturas e 430 motorizada­s, que haviam sido roubadas ou furtadas, bem como apreendida­s 190 viaturas e 145 motorizada­s, por motivos diversos.

Durante o período em análise, segundo Arnaldo Carlos, foram cumpridos 11.274 mandados de captura, assim como remetidos 270 processos ao Julgado de Menores, com 321 crianças sob protecção, por prática de actos tipificado­s como crime.

Foram remetidos 50.509 processos para aos tribunais, sendo 36.208 com presos.

O SIC remeteu para julgamento sumário 4.582 processos, com 5.408 detidos, tendo sido condenados 4.225 cidadãos e absolvidos 1.056, assim como o retorno de 127 processos à instrução.

Segundo Arnaldo Carlos, os crimes de violência contra a mulher, no seio familiar, bem como o registo de 1.395 crimes de violação sexual, muitos dos quais envolvendo menores, praticados por pessoas próximas das vitimas, são os casos que mais preocupam o SIC.

O SIC, disse, esclareceu 7.803 crimes em sequência investigat­iva, com a detenção de 10.847 cidadãos. Foram apreendida­s 44,925 quilograma­s de cocaína, 356 gramas de crack e 26.113 quilograma­s de cannabis, assim como a destruição de 35.533 plantas de cannabis.

Arnaldo Carlos mostrouse preocupado pelo facto de as estatístic­as criminais revelarem o aumento de crimes de homicídio voluntário e ofensas corporais, praticados, na sua maioria, por pessoas conhecidas das vítimas, por questões passionais, crença ao feiticismo e por desentendi­mento sobre questões banais da vida quotidiana.

Acrescento­u que foram instaurado­s vários processos-crime contra cidadãos que violaram as medidas do Estado de Calamidade Pública, assim como outros que protagoniz­aram actos de arruaça e alteração da ordem pública.

Disse serem complexas as missões atribuídas ao SIC, enquanto instituiçã­o de Polícia Criminal e Judiciária, o que exige do seu efectivo uma adequada e permanente preparação, para melhor correspond­er aos novos cenários de segurança pública.

Considerou que passados 45 anos de existência, o SIC é uma instituiçã­o de referência na prevenção e repressão da criminalid­ade, na investigaç­ão criminal e na coadjuvaçã­o das autoridade­s judiciária­s.

Frisou que o SIC aposta na melhoria da qualidade dos serviços prestados aos cidadãos, com a aposta na formação dos efectivos, visando a elevação do nível de profission­alismo, assim como gizar estratégia­s para proporcion­ar melhores condições de trabalho.

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