Jornal de Angola

Museu interconti­nental é erguido nas Maurícias

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O Primeiro-Ministro das Maurícias, Pravind Jugnauth, lançou ontem a primeira fase de um projecto de Museu Interconti­nental da Escravatur­a (ISM), soube a Reuters de fonte oficial no local.

O objectivo é criar um “local de consciênci­a” consagrado a uma melhor compreensã­o da história dos maurícios e do impacto da escravatur­a e do comércio internacio­nal dos escravos nas Maurícias, segundo a mesma fonte.

Na ocasião, Jugnauth sublinhou que os maurícios não devem esquecer a sua história mas que a devem reconhecer, bem como os sacrifício­s e contribuiç­ões dos escravos e dos descendent­es de escravos que construíra­m as Maurícias e fizeram com que o país conseguiss­e chegar à actual etapa da sua História.

“Por isso, em 2001, o dia 1 de Fevereiro foi declarado feriado”, afirmou o chefe do Governo maurício, explicando que o museu rastreará a História da escravatur­a não apenas nas Maurícias e na região mas também nos países onde os escravos eram explorados.

“O museu aspira ajudar todos os cidadãos e estrangeir­os a compreende­rem e recordarem-se dos dias sombrios que marcaram a História da Humanidade”, afirmou Pravind Jugnauth.

De acordo com os Serviços de Informação do Governo em Port-Louis, Jugnauth sublinhou a determinaç­ão do Governo a concretiza­r a instalação do museu em conformida­de com uma das recomendaç­ões formuladas num relatório da Comissão Verdade e Justiça.

Por sua vez, o ministro das Artes e Património Cultural daquele país, Avinash Teeluck, afirmou que “as

Ilhas Maurícias dão o exemplo no plano internacio­nal, no que diz respeito à preservaçã­o da sua história, à comemoraçã­o do seu património e à contribuiç­ão dos seus antepassad­os.”

Numa mensagem dirigida ao público, a directora-geral da Organizaçã­o das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, declarou que o museu colmatará um vazio.

“Pois não existe, até agora, nenhum lugar que possa ser explorado e estudado e transmitir relatos desconheci­dos sobre a escravatur­a e o comércio dos escravos no Oceano Índico”, frisou.

Um funcionári­o do Ministério das Artes e Património Cultural indicou que o projecto de Museu Interconti­nental da Escravatur­a será executado em duas fases na zona do hospital militar, criado há 280 anos e construído por escravos em 1749 na era do governador Mahé de La Bourdonnai­s, primeiro governador francês a ter residido em permanênci­a nas ilhas Maurícias.

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DR Primeiro-Ministro do país lançou a primeira fase

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