Timor-Leste é o único país sem morte por Covid-19
Timor-Leste registou até ao momento apenas 30 infecções por Covid-19 e o país não dispõe de nenhum caso activo, declarou ontem, em Díli, o Primeiro Ministro, Taur Matan Ruak.
Intervindo no Parlamento Nacional, no arranque do debate na generalidade do Orçamento Geral do Estado, Taur Matan Ruak disse que Timor-Leste conseguiu responder de forma “eficaz e decisiva” à pandemia, com medidas sanitárias, de protecção e de apoio económico que permitiram ao país ser um dos 26 livres da doença.
“Estamos livres de transmissão comunitária. Timor Leste é um dos únicos 26 países do mundo onde não se registaram mortes. O Governo e o Parlamento Nacional tomaram decisões ousadas e abrangentes, em tempo recorde. Protegemos as nossas fronteiras. O nosso povo uniu-se”, disse o Primeiro-Ministro.
“Quando o nosso futuro colectivo foi posto em causa, conseguimos dar uma resposta conjunta e coordenada, que nos permitiu superar algumas das piores ameaças da pandemia. Por enquanto, de muitas formas, a vida continua normalmente”, considerou. Taur Matan Ruak sublinhou que o Governo mobilizou mais de 220 milhões de dólares (183,7 milhões de euros) para responder à Covid-19, das quais 92 milhões de dólares (76,8 milhões de euros) para “medidas imediatas de resposta económica”.
“Havia receios de que poderíamos ter entre 13 mil e 65 mil pessoas infectadas. O pior cenário projectava quase 12 mil mortes em Timor-Leste. Apesar destes receios, o nosso país conseguiu um dos melhores resultados sanitários, não só na nossa região, mas em todo o mundo.
Taur Matan Ruak lembrou a resposta em termos de gabinete de crise, do sistema de quarentena, testes, rastreios e localização e do reforço do sistema de saúde, incluindo o apoio adicional aos profissionais de saúde e trabalhadores da linha da frente.
Entre as medidas implementadas - o Governo aprovou já um total de 18 leis e regulamentos “para garantir uma resposta oportuna à Covid-19” -, destacou subsídios à electricidade, o reforço das reservas alimentares de emergência, o apoio financeiro a cerca de 300 mil famílias, apoio a estudantes no estrangeiro e apoio a empresas para manterem o emprego.
Posteriormente, o Governo aprovou um Pacote de Recuperação Económica, com 71 medidas de curto e médio prazo, “a implementar entre 2021 e 2023”, para “aumentar o emprego, garantir que todos os postos de trabalho são produtivos e dignos, estimular o investimento social público, na educação, saúde, habitação e protecção social e promover sectores e áreas que contribuam para o crescimento económico”.
“O custo total deste programa no OGE para 2021 será de 124 milhões de dólares (123,5 milhões de euros)”, referiu.