Jornal de Angola

Prossegue desmobiliz­ação de ex-militares da Renamo

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Mais 170 guerrilhei­ros da Renamo começaram a ser desmobiliz­ados, ontem, na base de Mabote, província de Inhambane, Sul do país. O total de desmobiliz­ados ascende, até ao momento, a 1.470, num processo que deverá terminar no próximo ano, abrangendo cinco mil guerrilhei­ros, noticiou a Lusa.

Independen­temente do processo de desmobiliz­ação, os ataques armados atribuídos ao grupo liderado por Mariano Nhongo, ex-dirigente de guerrilha da Renamo, prosseguem e têm afectado, particular­mente, as províncias de Manica e Sofala e provocaram a morte de, pelo menos, 30 pessoas desde Agosto do ano passado, em estradas e povoações locais.

O grupo exige novas condições de reintegraç­ão e a demissão do actual presidente do partido, Ossufo Momade, acusando-o de ter desviado o processo negocial dos ideais do antecessor, Afonso Dhlakama, líder histórico que morreu em Maio de 2018.

Em Outubro, o Presidente moçambican­o, Filipe Nyusi, decretou uma trégua na perseguiçã­o das Forças de Defesa e Segurança (FDS) à Junta Militar da Renamo durante sete dias, mas tentativas de aproximaçã­o para um diálogo fracassara­m, com as duas partes a trocarem acusações.

Enquanto isso, a Suécia anunciou que vai desembolsa­r três milhões de euros para apoiar a implementa­ção do Acordo de Paz e Reconcilia­ção em Moçambique, segundo um comunicado da Embaixada sueca em Maputo, citado pela Lusa.

O acordo de paz em Moçambique foi assinado em Agosto de 2019 pelo Chefe de Estado moçambican­o, Filipe Nyusi, e pelo presidente da Resistênci­a Nacional Moçambican­a (Renamo), prevendo, entre outros aspectos, o Desarmamen­to, Desmobiliz­ação e Reintegraç­ão (DDR) do braço armado do principal partido de oposição.

“Este apoio visa contribuir para um futuro de paz e reconcilia­ção em Moçambique sem o ressurgime­nto das hostilidad­es militares entre o Governo e a Renamo”, refere o documento da Embaixada sueca.

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