Oposição bielorrussa quer apresentar “livro de crimes”
A oposição da Bielorrússia anunciou que vai organizar uma lista de polícias acusados de abusos contra os manifestantes pacíficos que protestam contra a reeleição, em Agosto, do Presidente do país, segundo a líder opositora Svetlana Tikhanovskaya.
Principal rival do Presidente Alexander Lukashenko naquelas eleições, a opositora bielorrussa referiu, numa vídeo-chamada, a partir de Vílnius, na Lituânia, que o “livro de crimes” incluirá relatos de abusos policiais que serão verificados por advogados independentes.
“A impunidade não durará para sempre”, disse Tikhanovskaya, que se exilou depois da votação. “Ninguém conseguirá impedir centenas de milhares de pessoas que lutam por justiça ao fazerem ouvir a sua voz”, adiantou.
A Bielorrússia tem sido palco de manifestações contra o Governo desde que Lukashenko conquistou o sexto mandato presidencial em eleições que a oposição e vários países ocidentais consideram fraudulentas.
A Polícia é acusada de reprimir as manifestações com dureza, utilizando gás lacrimogéneo, granadas atordoantes e cassetetes. Segundo defensores dos direitos humanos, milhares de pessoas foram detidas e muitas delas espancadas.
Apesar da resposta das forças da ordem, as manifestações, a maior das quais juntou até 200 mil pessoas, em Minsk, têm continuado. A União Europeia e os Estados Unidos aprovaram sanções contra responsáveis bielorrussos acusados de envolvimento na alegada fraude eleitoral e na repressão pós-eleitoral.
Na sexta-feira, o Presidente bielorrusso afirmou que deixará de liderar a exRepública soviética depois da aprovação das reformas constitucionais, que propôs para acalmar os protestos contra o Governo.
“Não estou a fazer uma Constituição à minha medida. Com a nova Constituição já não servirei como Presidente”, declarou Alexander Lukashenko citado pela agência BELTA.