África pede colaboração entre a FAO e os privados
Diplomata angolana defende que as estratégias regionais devem ter em conta as especificidades de cada país
O Grupo Africano junto da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) defendeu, terça-feira, em Roma, maior colaboração com o sector privado para o renascimento e transformação da produção agrícola no continente.
A posição africana foi expressa pela delegação de Angola, numa intervenção apresentada pela representante permanente na FAO, Fátima Jardim, refere uma nota da Embaixada angolana em Roma.
A diplomata debruçavase sobre a “Estratégia da FAO de colaboração com o Sector Privado 2021-2025”, durante a 165ª Sessão do Conselho da FAO, que decorre de 30 Novembro até amanhã, por videoconferência.
A “Estratégia da FAO de colaboração com o sector privado 2021-2025”, descreve, em termos gerais, os factores, mecanismos e acções para uma melhor utilização e promoção daquele sector na transformação da produção agrícola, por meio de parcerias. A estratégia engloba os sectores das pequenas, médias e grandes empresas e a agricultura familiar.
Na declaração, a representante angolana referiu que “em África, o sector privado será capaz de desenvolverse com investimentos, desde a formação à inovação, tecnologias, incluindo a digital, com o acesso às instituições financeiras, de forma a potenciar o desenvolvimento e a organização com um impacto que se traduza em geração de empregos, melhoria das condições de vida dos agricultores e das famílias rurais.
Fátima Jardim, também embaixadora de Angola na Itália, congratulou-se com os esforços envidados pela FAO para actualizar a “Estratégia de 2013”, tendo em conta a evolução dos eventos, em particular a Covid-19, as alterações climáticas e a necessidade de adaptar a Estratégia à “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (ODS)”.
A diplomata indicou, em nome dos diplomatas africanos, que “a aplicação da Estratégia da FAO em África deve ter em consideração a visão da União Africana e a sua “Agenda 2063”, a “Declaração de Malabo” e a “Declaração Ministerial Conjunta sobre o impacto da Covid19, da Segurança Alimentar e Nutrição em África”.
Acrescentou que as estratégias regionais devem ter em conta as especificidades dos países, respeitar as legislações e prioridades nacionais, com o acordo prévio dos governos e salvaguardar os interesses do sector privado local.
O Grupo Africano propôs, ainda, o envolvimento das comunidades científicas das diferentes regiões, para que as maiores preocupações da comunidade internacional de hoje, como o efeito de estufa, a redução do consumo de água, energia, fertilizantes e pragas, entre outros, encontrem as melhores soluções e se desenvolva uma agricultura mais racional, com menor gasto de recursos e menos poluente.
Por fim, os embaixadores africanos concordaram com os princípios definidos na “Estratégia do Sector Privado 2012-2025”, em particular a contribuição para os ODS, o respeito pelos valores da FAO e das Nações Unidas e a defesa da sua reputação.
Angola foi eleita vice-presidente do Conselho da FAO, durante a 165ª sessão ordinária desta agência das Nações Unidas, segunda-feira, em Roma. A delegação angolana é chefiada pelo secretario de Estado para a Agricultura, Joao Bartolomeu da Cunha.
A “Estratégia da FAO de colaboração com o sector privado 20122025”, descreve as acções para uma melhor utilização e promoção daquele sector na transformação da produção agrícola