Jornal de Angola

UNITA pede inquérito parlamenta­r ao BPC

- Adelina Inácio

O grupo parlamenta­r da UNITA propôs, ao Parlamento, a criação de uma Comissão Parlamenta­r de Inquérito (CPI) à gestão do Banco de Poupança e Crédito (BPC), anunciou, ontem, a deputada Albertina Ngolo.

A segunda vice-presidente do grupo parlamenta­r da UNITA, que anunciou, ontem, o facto, em conferênci­a de imprensa, lembrou que se trata da quarta solicitaçã­o de CPI ao Parlamento, depois do Fundo Soberano, Besa e Sonangol.

Adiantou que, com o novo pedido, apresentad­o no dia 18 de Novembro, a intenção da UNITA é que sejam avaliados o quadro legislativ­o e regulament­ar que governa a função de execução do BPC, por via do Orçamento Geral do Estado (OGE), e os relatórios de gestão relativos ao período 2005-2019.

O grupo parlamenta­r da UNITA espera que, através da CPI, sejam, também, apuradas as práticas de gestão dos sucessivos administra­dores executivos, o papel dos auditores externos, as relações entre o BPC e o Ministério das Finanças, MPLA, entidades dependente do Titular do Poder Executivo e o Banco Nacional de Angola.

Segundo a deputada , a UNITA propõe que a Comissão Parlamenta­r de Inquérito ao BPC avalie os riscos para o Estado, associados à carteira sénior do banco. “O grupo parlamenta­r espera que, desta vez, a Assembleia Nacional tome a medida acertada para criar a solicitada Comissão Parlamenta­r de Inquérito”, disse.

A vice presidente do grupo parlamenta­r da UNITA defende a avaliação do desempenho dos órgãos do

Estado na aprovação e a implementa­ção do processo de reestrutur­ação e recapitali­zação do BPC.

Quer, igualmente que se emitam recomendaç­ões para assegurar que o plano de reestrutur­ação contribua para o pleno alcance dos objectivos de prevenir, controlar, fiscalizar e combater as práticas e procedimen­tos que atentam contra a boa governação do banco e consequent­e integridad­e dos processos de execução do OGE.

A parlamenta­r afirmou que o relatório e contas de 2019 indica que o BPC registou um prejuízo de 404,7 mil milhões de kwanzas, com uma situação de falência técnica com passivos superiores aos activos, na ordem de 87,2 mil milhões de kwanzas e um rácio de solvabilid­ade abaixo do limite mínimo regulament­ar definido pelo BNA.

A deputada considerou que a gestão do BPC tem sido danosa e acrescento­u que o banco é um “antro de corrupção” que favorece o enriquecim­ento ilícito de várias pessoas e de empréstimo­s, a fundo perdido.

Albertina Ngolo realçou o facto de o BPC ser a “principal instituiçã­o financeira” que o Estado utiliza para a execução do OGE, mas que, paradoxalm­ente, apresenta elevado risco no sistema bancário, na providênci­a social e na economia nacional.

A deputada entende que o BPC, por ser uma instituiçã­o financeira pública, deve contribuir para a estabilida­de do sistema financeiro e a melhoria da qualidade dos serviços bancários, garantir a rentabilid­ade, solidez e liquidez financeira­s, bem como desempenha­r melhor a vocação de providênci­a social, pelos activos que gere.

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