Jornal de Angola

Reformas travaram queda acentuada da economia

- Victorino Joaquim

A ministra das Finanças considerou, ontem, que as reformas económicas em curso no país têm impacto positivo no comportame­nto da inflação e no PIB não petrolífer­o, que se espera que cresça 2,5 por cento em 2021.

Vera Daves, que falava num seminário realizado por videoconfe­rência consagrado a “Angola: reformas estruturai­s para o cresciment­o económico”, adiantou que o PIB não petrolífer­o “começou a responder positivame­nte às reformas”, tendo crescido 1,9 por cento em 2018, antes de ser negativame­nte afectado pela Covid19, este ano.

Espera-se uma taxa de inflação de 18 por cento em 2021. Este indicador, que mede o nível geral dos preços, retoma a trajectóri­a este ano interrompi­da pelo surgimento da pandemia.

Vera Daves lembrou que a conta corrente passou a excedentár­ia em 2018 e 2019, em grande medida, devido à recuperaçã­o do preço do petróleo, mas, também, ao facto de as reformas terem interrompi­do a trajectóri­a de queda das Reservas Internacio­nais Líquidas verificada desde aquele primeiro ano.

Resultado das reformas no sector fiscal, realçou, em 2018 foi possível passar de défices consistent­es a excedentes. A ministra enumerou como políticas necessária­s

Vera Daves garante que sector fiscal registou excedente em 2018

para consolidar estas conquistas, a manutenção do investimen­to público para se construir mais infra-estruturas, criação de um fundo de crédito e a realização de despesas públicas de qualidade, além do aprofundam­ento das reformas em curso no sector financeiro.

Atrasados da dívida

Grande parte dos atrasados da dívida pública, principalm­ente de 2017 e 2018, foi paga, anunciou a ministra, adiantando que ficaram por certificar e inscrever no Orçamento os atrasados que surgiram depois daquele período, em decisões que visam desempenha­r uma gestão activa e caminhar para a redução de, pelo menos , 5,00 por cento do “stock” da dívida até ao final de 2023.

O serviço da dívida pública, notou, tinha uma

grande concentraç­ão no curto prazo e uma grande exposição cambial, com títulos indexados à dívida comercial. “Temos procurado reduzir a emissão destes instrument­os indexados e já não os colocamos. Vamos amortizand­o à medida que vão vencendo e tivemos de alongar as maturidade­s”, disse a ministra para explicar a alteração positiva da estrutura de dívida.

“Recentemen­te”, acrescento­u, “tivemos de fazer acordos com os nossos credores para ter acesso a financiame­nto concession­al”, o que explica o financiame­nto de 4,5 mil milhões de dólares concedido por três anos, pelo FMI, dando acesso a fundos de outras agências multilater­ais cujos empréstimo­s têm potencial para reduzir a pressão do serviço da dívida.

 ?? DR ??
DR

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola