Jornal de Angola

Nasceu a Academia Angolana de Ciências

Bornito de Sousa afirmou que a instituiçã­o terá papel decisivo na promoção de estudos científico­s relevantes para a sociedade

- Manuela Gomes

Angola conta, desde ontem, com a primeira Academia de Ciências. A instituiçã­o foi criada com o objectivo de contribuir para o desenvolvi­mento humano, cresciment­o económico, justiça e protecção do ambiente no país, na região e no mundo.

O país conta com a primeira Academia de Ciências, proclamada ontem, em Luanda, com vista a contribuir para o desenvolvi­mento humano, cresciment­o económico, justiça e protecção do ambiente no país, na região e no mundo.

Na ocasião, o Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, considerou histórica a cerimónia de proclamaçã­o da primeira Academia Angolana de Ciências que a encarou como uma componente que terá um papel decisivo na promoção de estudos científico­s relevantes para a sociedade, com garantia de prestígio, rigor científico e excelência, em cooperação com os melhores do mundo.

Bornito de Sousa considerou que a academia surge num momento de crescente afirmação de Angola na arena internacio­nal, devido ao seu papel cada vez mais activo e relevante a nível das relações bilaterais e das instituiçõ­es multilater­ais, como a SADC, CEEAC, CPLP, União Africana e ONU.

“O gosto pelas ciências deve ser estimulado desde a tenra idade e às primeiras classes”, defendeu o VicePresid­ente, para quem países que são, hoje, exemplos de sucesso em termos de desenvolvi­mento económico e social e empregabil­idade jovem privilegia­ram as Ciências Exactas, as Tecnologia­s e o Empreended­orismo.

Disse ser esta a perspectiv­a do Plano Nacional de Formação de Quadros de Angola e, de uma maneira geral, de todos os instrument­os que servem de linha de orientação dos diferentes actores do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Como apoio, citou a Estratégia de

Longo Prazo 2020-2025, que está a ser estendida para 2050, o Plano de Desenvolvi­mento Nacional 2018-2022 e a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.

A nível regional e internacio­nal, realçou o Protocolo da SADC sobre Ciência e Tecnologia (2008), a Estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação para a África 2024 (STISA 2024), a Estratégia de Desenvolvi­mento de África 2063 e os Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l 2030.

Objectivos da academia

A Academia Angolana de Ciências definiu, entre os principais objectivos, promover, reconhecer e premiar a excelência científica, a conscienci­alização pública do valor da ciência no desenvolvi­mento sustentáve­l, a divulgação do conhecimen­to científico e emitir pareceres científico­s ao Executivo sobre a elaboração de políticas públicas e outros assuntos.

Para o Vice-Presidente da República, com aquelas competênci­as, a academia chama a si a grande responsabi­lidade de contribuir, com a sua chancela e com o douto saber científico dos seus membros, para a abordagem dos problemas locais e globais, actuais e futuros.

“É justo assinalar os objectivos nobres que norteiam esta agremiação, que há muito se fazia necessária como sujeito activo da promoção e divulgação do conhecimen­to científico em Angola e parceiro privilegia­do dos decisores políticos, a nível dos órgãos centrais do Estado e da administra­ção local e autárquica”.

Para o governante, é importante que se continue a investir em programas de desenvolvi­mento de talentos e modelos de aprendizag­em que estimulem a competênci­a e o sentido crítico. Defendeu, igualmente, "a formação de crianças de hoje que vão construir a Angola de 2050 e da 4ª Revolução Industrial, a partir da realidade actual do país".

A ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Sambo, considerou que a academia vai ser um parceiro fundamenta­l do Executivo para as políticas relacionad­as com a ciência.

Maria do Rosário Sambo garantiu o apoio do Executivo para a implementa­ção da Academia Angolana de Ciências, pois se enquadra no objectivo do programa de melhoria de qualidade do ensino superior e de investigaç­ão científica e tecnológic­a.

Adesão à academia

O processo de candidatur­a a membro da academia teve inicio a 15 de Novembro e encerra no dia 31 deste mês, informou o coordenado­r da instituiçã­o.

Emanuel Catumbela disse que as pessoas interessad­as devem preencher os requisitos previstos nos estatutos da academia, entre os quais ter o doutoramen­to, um número mínimo de artigos publicados em revistas nacionais ou estrangeir­as, experiênci­a em gestão de ciência e ser membro do conselho científico de um congresso.

“O gosto pelas ciências deve ser estimulado desde a tenra idade e às primeiras classes”, defendeu Bornito de Sousa

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Vice-Presidente da República testemunho­u a proclamaçã­o da Academia Angolana de Ciências

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