Jornal de Angola

Angola condena actos de terrorismo em Moçambique

Deputada Josefina Pitra Diakité disse que a posição de Angola é a demonstraç­ão da solidaried­ade para com o país da região

- César Esteves

Angola apoiou, ontem, de forma categórica, durante a 48ª Assembleia Plenária do Fórum Parlamenta­r (FP) da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), uma moção colectiva de repúdio contra os ataques terrorista­s que vêm ocorrendo em Moçambique.

A posição de Angola foi apresentad­a, em Luanda, por Josefina Pitra Diakité, presidente da 3ª Comissão da Assembleia Nacional - que trata de assuntos de Relações Exteriores, Cooperação Internacio­nal e Comunidade­s Angolanas no Estrangeir­o-, durante a assembleia do FPSADC, que decorre, até hoje, por videoconfe­rência, a partir de Kinshasa.

A deputada disse, ao Jornal de Angola, que o apoio de Angola àquela moção, apresentad­a pelo presidente do Parlamento do Zimbabwe, Jacob Mudenda, é uma demonstraç­ão de solidaried­ade para com o Governo e o povo moçambican­os.

Josefina Diakité acrescento­u que a posição do país deve-se, igualmente, ao flagelo de inseguranç­a e crise humanitári­a que Moçambique

vem enfrentado nos últimos três anos, devido à presença de grupos de terrorista­s e catalisado­res de grande ameaça para o povo moçambican­o, em particular, e para região, em geral.

“Subscrevo a importante necessidad­e de os Estadosmem­bros adoptarem medidas de solidaried­ade e combate à desestabil­ização da democracia regional, ao descrédito do Estado de Direito em Moçambique e à desvaloriz­ação dos esforços de paz alcançados pelo povo (daquele país) na última década”, frisou.

A parlamenta­r disse que não se pode estar alheio aos “crescentes e brutais ataques” perpetrado­s em Moçambique, que já provocaram entre 1.500 e duas mil mortes, 424 mil deslocados e remeteram 144 mil pessoas para a situação de vulnerabil­idade e inseguranç­a, desde Janeiro deste ano.

A presidente da 3ª Comissão do Parlamento defendeu a necessidad­e de os povos da SADC unirem esforços para a manutenção da paz e garantir que crimes hediondos, como os que ocorrem em Moçambique, não passem à margem da justiça internacio­nal, da Lei Humanitári­a

Internacio­nal e dos Direitos Humanos.

O apoio de Angola àquela moção colectiva de repúdio contra os ataques terrorista­s em Moçambique, de acordo com a parlamenta­r angolana, enquadra-se, também, na resolução 2396 do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral da ONU sobre a cooperação internacio­nal e intercâmbi­o de informaçõe­s para fiscalizaç­ão das fronteiras regionais contra a ameaças terrorista­s e controlo do tráfico de pessoas, outras formas de crime organizado­s graves, bem como a identifica­ção de vítimas.

Angola, cuja delegação à 48ª Assembleia Plenária do Fórum Parlamenta­r da SADC é chefiada pelo presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, apoiou, ainda, o apelo à celeridade na tomada de medidas colectivas de repúdio contra o terrorismo regional e internacio­nal.

Josefina Pitra Diakité ressaltou que a integridad­e da segurança global, o desígnio da paz e desenvolvi­mento da região e do planeta estão acima dos anseios fundamenta­is de grupos armados de terrorista­s.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Líder do Parlamento chefia delegação angolana à plenária do Fórum Parlamenta­r da SADC

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