Aumento de mortes por malária “é uma escolha”
Há cada vez mais pessoas a morrer de malária, a maioria bebés nas regiões mais pobres de África, alertou, esta segundafeira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) – no ano passado, registaram-se mais de 409 mil mortes pela doença.
“E esta é uma doença que sabemos como se evita – por isso não o fazermos é uma escolha”, disse Peter Sands, director executivo do Fundo Global para o Combate à Sida, Tuberculose e Malária.
Em comparação com a Covid-19, doença para a qual ainda não há medicamentos de prevenção ou tratamento, as mortes adicionais por malária vão muito provavelmente ser, este ano de 2020, mais do que as causadas directamente pela Covid-19, diz a OMS, citado pelo jornal Público.
As restrições impostas em vários países por causa do coronavírus Sars-CoV-2 têm tido um impacto relativamente limitado nos serviços que lidam com a malária nos países afectados, ainda segundo a OMS.
Como notou Pedro Alonso, director do Programa de Malária
da OMS, numa conferência de imprensa, “é muito provável que as mortes adicionais por malária sejam mais do que as causadas directamente pela Covid-19”.
“O mundo da saúde global, os media, e a política, estão todos fixados na Covid19, e estamos a prestar muito pouca atenção a uma doença que ainda está a matar mais de 400 mil pessoas todos os anos, na maioria crianças”, afirmou por sua vez Sands, citado pela agência Reuters.
Metade da população mundial está em risco de contrair malária. E com a luta contra a doença a sofrer uma espécie de estagnação em vários dos países mais afectados pela doença já desde 2016, “o sucesso de conseguirmos um mundo sem malária dentro de uma geração está longe de estar assegurado”, disse Alonso.
Nos últimos quatro anos o número de casos em todo o mundo tem-se mantido praticamente inalterado (foram 229 milhões de casos em 2019).
O relatório nota os avanços na luta global contra a malária nos últimos 20 anos.