Associados ponderam optar pela comissão administrativa
A criação de uma comissão administrativa, conforme recomenda a alínea b), do artigo 24, da Lei 06/14, Lei das Associações Desportivas, deve merecer a preferência dos associados, caso o Tribunal Provincial de Luanda decida anular o processo eleitoral da Federação Angolana de Futebol (FAF).
Segundo apurou o Jornal de Angola, a maioria das associações afasta o recurso à prorrogação do mandato vigente, prevista na alínea a) do referido artigo, até à realização de novo acto eleitoral. A escolha do caminho a seguir, na eventualidade do impasse persistir, será feita em assembleia geral extraordinária convocada para o efeito.
A tomada de posse do elenco encabeçado por Artur de Almeida e Silva, vencedor do pleito de 14 de Novembro, foi suspensa judicialmente, na sequência da providência cautelar requerida por Norberto de Castro, após ter sido impedido de concorrer à presidência da FAF, por alegada renúncia ao mandato no último ciclo olímpico, infracção prevista no número 3, do artigo 11 da Lei das Associações Desportivas.
Com base no número 3, do artigo 23, do mesmo diploma legal, o candidato chumbado dirigiu a denúncia de impugnação dos actos da Comissão Eleitoral ao Ministério da Juventude e Desportos, enquanto departamento ministerial de tutela, que deliberou para que fosse feita a reintegração, comando ignorado pela equipa coordenada por Gilberto Magalhães.
Alvarito sai da sombra
Afastado dos holofotes, depois dos problemas que assolaram o Benfica de Luanda, Augusto Silva “Alvarito”, secretário-geral da FAF no consulado de Justino Fernandes, reaparece como aposta forte para liderar uma hipotética comissão administrativa.
Considerado num exercício especulativo, na rede social Facebook, pessoa capaz de garantir uma transição pacífica, o antigo dirigente do ASA, tri-campeão do Girabola no elenco presidido por João Andrade, tem sido contactado no sentido de amadurecer a ideia de assumir temporariamente os destinos da modalidade, se for necessário.
O dirigente desportivo considerou precipitado abordar a questão, por estar a decorrer um processo em tribunal, antes de sublinhar que somente aos associados competirá decidir o caminho a seguir, se porventura o desfecho judicial for no sentido da realização de novas eleições.
Queixa à FIFA
Além das cópias das sentenças de condenação, com trânsito em julgado, de Artur de Almeida e Bernardo Suca, a lista de Norberto de Castro remeteu ao Comité de Ética da FIFA elementos que visam provar que o dinheiro disponibilizado para acudir os efeitos da pandemia da Covid-19 foi usado de modo a aliciar os eleitores, a julgar pelos prazos de distribuição.
Foi igualmente denunciado o uso da imagem do presidente da instituição reitora do futebol à escala mundial, o ítalo-suíço Gianni Infantino, durante a campanha eleitoral, supostamente por apoiar a continuidade do elenco cessante, que foi instado a esclarecer a situação, pelo que aguarda o desfecho do caso.
O código de ética da FIFA é rígido quanto à conduta dos dirigentes das confederações continentais, federações nacionais e de clubes. As acções tendentes a tirar vantagem indevida são punidas de forma severa, sobretudo depois do escândalo de corrupção que ditou a queda do suíço Joseph Blatter da presidência da instituição.
O presidente da Confederação Africana (CAF), o malgaxe Ahmad Ahmad, é a mais recente vítima da mão pesada do Comité de Ética. Está suspenso de toda a actividade por cinco anos, desde o dia 23 de Novembro, e obrigado a pagar uma multa de cerca de 185 mil euros. Antes foram afastados os presidentes das federações do Haiti e da Guiné-Bissau.
Ahmad, 61 anos, antigo internacional pelo Madagáscar, foi acusado de violar os artigos 15, (Dever de Lealdade), 20, (Aceitação e Distribuição de prendas ou outras vantagens), 25• (Abuso de Poder) e 28• (Desvio de fundos).
Estão na corrida ao cadeirão, para as eleições de 12 de Março próximo, em Marrocos, o senegalês Augustin Senghor, o mauritaniano Ahmed Yahya, o marfinense Jacques Anouma e o sul-africano Patrice Motsepe. A CAF é interinamente liderada pelo primeiro vicepresidente, o congolês Constant Omari.