Jornal de Angola

Elefantes monitorado­s com sistema de localizaçã­o

A tecnologia já é utilizada, há anos, no Botswana, Zâmbia, Zimbabwe e Namíbia, para vigiar os animais

- Nicolau Vasco| Rivungo

Técnicos angolanos e namibianos, especializ­ados em conservaçã­o da biodiversi­dade, começaram, ontem, no município do Rivungo, província do Cuando Cubango, a colocar as coleiras de GPS, para o monitorame­nto por via satélite dos elefantes existentes no Parque Nacional do Luengue-Luiana, afecto ao projecto transfront­eiriço Okavango-Zambeze (KAZA).

O director do Gabinete Provincial do Ambiente, Júlio Bravo, explicou que o referido projecto já em execução na Namíbia, Zâmbia, Botswana e Zimbabwe, traz vários benefícios para a componente angolana, no que toca à mobilidade e controlo de elefantes, tendo em vista que nos últimos tempos houve a morte de muitos animais no Parque Nacional do Luengue-Luiana, com uma área de 22.610 metros quadrados.

Referiu que por este facto, é necessário saber quantos animais ainda existem no Parque Nacional do Luengue-Luiana, para que haja uma melhor protecção contra os caçadores furtivos, que anualmente dizimam dezenas de elefantes para o comércio ilícito de marfins.

Júlio Bravo, que representa as autoridade­s angolanas nesta operação, disse que para o êxito desta actividade foi disponibil­izado um helicópter­o pelo Secretaria­do Regional do KAZA, com a sede na Namíbia, para permitir com que os quatro especialis­tas namibianos e os sete angolanos do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente possam fazer melhor, o monitorame­nto dos elefantes.

Informou que a coleira de GPS será colocada num elefante integrante de cada manada, das oito identifica­das no Parque Nacional do Luengue-Luiana e que circulam nos corredores do rio Cuando e nas localidade­s do Buabuata,

Bico de Angola e Mucusso.

“Os quatro locais identifica­dos, são do ponto de vista técnico específico para o controlo destes mamíferos que representa­m a área fulcral para a implementa­ção do projecto KAZA, na componente angolana, por serem sítios com maior aglomeraçã­o de elefantes na província do Cuando Cubango e que vai permitir saber o número de espécie ainda existente”, mencionou.

Realçou que a execução do projecto de monitoriza­ção vai acarretar desafios estatístic­os sobre a população desta espécie, pois, de acordo com alguns relatórios até nos primórdios da Independên­cia Nacional dizia-se que o país tinha mais de 100 mil elefantes, mas este número viu-se drasticame­nte reduzido para pouco mais de seis mil devido o conflito armado.

O responsáve­l de logística da operações conjunta, o namibiano Donovan Jooste, disse que este é um projecto que integra os cinco países-membros do KAZA, nomeadamen­te Angola, Namíbia, Botswana, Zimbabwe e Zâmbia, com o objectivo de supervisio­nar o movimento ou circulação de elefantes a nível da região.

Acrescento­u que este processo de monitoriza­ção para Namíbia, Botswana, Zimbabwe e Zâmbia já decorreu há alguns anos e agora foi alargada pela primeira vez a Angola para se ter o controlo dos elefantes no Parque Nacional do Luengue-Luiana.

Donovan Jooste sublinhou que o projecto vai permitir com que nos próximos anos Angola possa realizar o censo real da espécie de elefantes, para se saber o número exacto a nível do país, a taxa de natalidade e de mortalidad­e, principalm­ente na Área do Okavango-Zambeze, especialme­nte na província do Cuando Cubango.

 ?? NICOLAU VASCO | EDIÇÕES NOVEMBRO | CUANDO CUBANGO ?? Momento em que especialis­tas namibianos colocavam a coleira num elefante
NICOLAU VASCO | EDIÇÕES NOVEMBRO | CUANDO CUBANGO Momento em que especialis­tas namibianos colocavam a coleira num elefante

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola