Elefantes monitorados com sistema de localização
A tecnologia já é utilizada, há anos, no Botswana, Zâmbia, Zimbabwe e Namíbia, para vigiar os animais
Técnicos angolanos e namibianos, especializados em conservação da biodiversidade, começaram, ontem, no município do Rivungo, província do Cuando Cubango, a colocar as coleiras de GPS, para o monitoramento por via satélite dos elefantes existentes no Parque Nacional do Luengue-Luiana, afecto ao projecto transfronteiriço Okavango-Zambeze (KAZA).
O director do Gabinete Provincial do Ambiente, Júlio Bravo, explicou que o referido projecto já em execução na Namíbia, Zâmbia, Botswana e Zimbabwe, traz vários benefícios para a componente angolana, no que toca à mobilidade e controlo de elefantes, tendo em vista que nos últimos tempos houve a morte de muitos animais no Parque Nacional do Luengue-Luiana, com uma área de 22.610 metros quadrados.
Referiu que por este facto, é necessário saber quantos animais ainda existem no Parque Nacional do Luengue-Luiana, para que haja uma melhor protecção contra os caçadores furtivos, que anualmente dizimam dezenas de elefantes para o comércio ilícito de marfins.
Júlio Bravo, que representa as autoridades angolanas nesta operação, disse que para o êxito desta actividade foi disponibilizado um helicóptero pelo Secretariado Regional do KAZA, com a sede na Namíbia, para permitir com que os quatro especialistas namibianos e os sete angolanos do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente possam fazer melhor, o monitoramento dos elefantes.
Informou que a coleira de GPS será colocada num elefante integrante de cada manada, das oito identificadas no Parque Nacional do Luengue-Luiana e que circulam nos corredores do rio Cuando e nas localidades do Buabuata,
Bico de Angola e Mucusso.
“Os quatro locais identificados, são do ponto de vista técnico específico para o controlo destes mamíferos que representam a área fulcral para a implementação do projecto KAZA, na componente angolana, por serem sítios com maior aglomeração de elefantes na província do Cuando Cubango e que vai permitir saber o número de espécie ainda existente”, mencionou.
Realçou que a execução do projecto de monitorização vai acarretar desafios estatísticos sobre a população desta espécie, pois, de acordo com alguns relatórios até nos primórdios da Independência Nacional dizia-se que o país tinha mais de 100 mil elefantes, mas este número viu-se drasticamente reduzido para pouco mais de seis mil devido o conflito armado.
O responsável de logística da operações conjunta, o namibiano Donovan Jooste, disse que este é um projecto que integra os cinco países-membros do KAZA, nomeadamente Angola, Namíbia, Botswana, Zimbabwe e Zâmbia, com o objectivo de supervisionar o movimento ou circulação de elefantes a nível da região.
Acrescentou que este processo de monitorização para Namíbia, Botswana, Zimbabwe e Zâmbia já decorreu há alguns anos e agora foi alargada pela primeira vez a Angola para se ter o controlo dos elefantes no Parque Nacional do Luengue-Luiana.
Donovan Jooste sublinhou que o projecto vai permitir com que nos próximos anos Angola possa realizar o censo real da espécie de elefantes, para se saber o número exacto a nível do país, a taxa de natalidade e de mortalidade, principalmente na Área do Okavango-Zambeze, especialmente na província do Cuando Cubango.