Governo dos EUA queixa Facebook por discriminação
O Departamento da Justiça americano anunciou esta quintafeira ter apresentado uma queixa contra o Facebook, por “discriminação” na contratação, acusando a empresa de reservar mais de 2.600 postos de trabalho para estrangeiros, em detrimento de cidadãos dos EUA.
A empresa Facebook “criou intencionalmente um sistema de contratação que impede os (norte-)americanos qualificados de terem uma hipótese de conhecerem e apresentarem-se” a esses postos, segundo um comunicado do Departamento.
Segundo a queixa, a Facebook não divulgou estes postos no seu sítio na internet e recusou as candidaturas apresentadas em linha, para as reservar a pessoas que já trabalhavam para si com um visto temporário e desejosos de obterem a designada carta verde.
Para obter esta carta verde, que garante um estatuto de residente permanente nos EUA, é preciso ter um emprego permanente e o empregador provar que não tinha candidato cidadão dos EUA qualificado para o cargo.
Na queixa, a empresa Facebook é acusada de, para contornar esta obrigação, criar um sistema de recrutamento discriminatório “rotineiro e generalizado”.
Entre 1 de Janeiro de 2018 e 18 de Setembro de 2019, mais de 2650 postos foram divulgados desta forma. Em mais de 80 por cento dos caos, não houve qualquer candidato dos EUA.
“A nossa mensagem para os empregadores, nomeadamente no sector tecnológico, é clara: 'vocês não podem preferir o recrutamento ilegal dos assalariados estrangeiros com vistos temporários ao dos (norte-)americanos'”, comentou Eric Dreiband, com o dossier dos direitos cívicos no Departamento, citado no comunicado.
O governo de Donald Trump, que fez da luta contra a imigração uma das suas prioridades, procurou por várias vezes restringir os vistos H1-B muito utilizados no sector das altas tecnologias, mas confrontou-se com várias derrotas nos tribunais.