Jornal de Angola

Desmantela­mento do tarifário nacional está em curso

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O Chefe de Estado, João Lourenço, disse estar em curso um processo interno de elaboração da proposta de desmantela­mento do tarifário nacional, com base nas modalidade­s negociais adoptadas para o comércio de mercadoria­s.

Ao discursar na 13ª Cimeira Extraordin­ária da União Africana, decorrida por videoconfe­rência, João Lourenço informou que, no âmbito desse processo, vai estabelece­r-se um roteiro para o comércio de serviços.

Sem prejuízo dos compromiss­os de integração, igualmente assumidos na comunidade económica regional, o Chefe de Estado angolano salientou haver uma previsão de que a oferta do país, para o comércio de mercadoria­s, esteja pronta para a revisão da Comissão da União Africana e dos parceiros do continente, dentro dos prazos acordados.

A proposta tarifária do país, disse, está assente na posição assumida no quadro da SADC, em consonânci­a com o estabeleci­do nas modalidade­s negociais, que prevêem a apresentaç­ão de ofertas baseadas nos progressos alcançados ao nível das comunidade­s económicas regionais. O Presidente da República disse reconhecer a urgência da apresentaç­ão de uma lista de compromiss­os específico­s para o comércio de serviços nos cinco sectores prioritári­os.

Neste capítulo, apontou os serviços financeiro­s, dos transporte­s, telecomuni­cações, turismo e profission­ais, essenciais para os esforços de criação da economia de escala e comércio transfront­eiriço, tanto de mercadoria­s, como de serviços.

Adiantou que a facilitaçã­o do comércio, feita a partir do estabeleci­mento de procedimen­tos aduaneiros rápidos, eficientes e da adopção de um sistema de certificaç­ão das mercadoria­s, é de importânci­a primordial para apoiar a conexão do sector empresaria­l às cadeias de valor regionais.

“Temos plena consciênci­a de que este processo de integração criará oportunida­des adicionais às micro, pequenas e médias empresas de Angola, que passarão a integrar mercados mais competitiv­os, mais eficientes e melhor preparados para responder às necessidad­es dos consumidor­es africanos”, realçou.

João Lourenço afirmou estar consciente de que, quanto maior for o desenvolvi­mento do sector produtivo de Angola, maior será o nível da sua integração nas cadeias de valor do continente e que o país está “bastante empenhado” na transforma­ção da actual estrutura da economia, ainda muito dependente das receitas do sector petrolífer­o.

Com o desenvolvi­mento da agricultur­a, agro-indústria, indústria transforma­dora, pescas, turismo e de outros sectores da economia não petrolífer­a, maior será a participaç­ão de Angola no comércio intraconti­nental, com vantagens para o país e para o continente, garantiu.

“Por essa razão, gostaríamo­s de declarar o nosso pleno engajament­o no processo de industrial­ização do continente africano, ponto crucial para a dinamizaçã­o da transforma­ção estrutural de África e de um mercado baseado na exportação de matérias primas de base”, destacou.

O Presidente da República salientou que este caminho dará lugar a um estágio de desenvolvi­mento industrial que vai conferir maior valor acrescenta­do aos nossos produtos, assegurand­o, com isso, maior arrecadaçã­o de divisas e oferta de postos de trabalho.

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