Jornal de Angola

ONU disponibil­iza USD 38 milhões para apoio ao desenvolvi­mento

O sector da transforma­ção económica e social é o mais expressivo, que beneficiou de uma verba de 26.7 milhões

- Garrido Fragoso

Os projectos de desenvolvi­mento económico e social no país contam com um apoio de 38 milhões de dólares, disponibil­izados, este ano, ao Executivo angolano pelas Nações Unidas. A informação foi prestada, ontem, em Luanda, pelo ministro da Economia e Planeament­o, Sérgio Santos, na reunião do Comité de Gestão do Quadro de Cooperação entre Angola e o Sistema das Nações Unidas 2020-2022, testemunha­da pela coordenado­ra residente da ONU, Zahira Virani.

As Nações Unidas disponibil­izaram, este ano, 38 milhões de dólares a Angola para a execução de vários projectos, no quadro da cooperação bilateral, com vista ao desenvolvi­mento económico e social sustentáve­l do país.

A informação foi prestada ontem, em Luanda, pelo ministro da Economia e Planeament­o, Sérgio Santos, na reunião do Comité de Gestão do Quadro de Cooperação entre Angola e o Sistema das Nações Unidas, para o desenvolvi­mento sustentáve­l 2020/2022, testemunha­da pela coordenado­ra residente da ONU, Zahira Virani.

O encontro, que decorreu na sede do Ministério da Economia e Planeament­o, avaliou os resultados estratégic­os da cooperação do Comité ao longo do ano e traçou as principais linhas de trabalho para 2021.

Vários membros do Executivo, com destaque para os ministros da Saúde, Juventude e Desportos, Justiça e Direitos Humanos, Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social, secretário­s de Estado e representa­ntes de várias agências das Nações Unidas que operam no país participar­am no encontro por videoconfe­rência.

O novo quadro de cooperação entre Angola e a ONU, assinado em Março último, assenta em 4 pilares fundamenta­is, nomeadamen­te, transforma­ção económica e social; adolescent­es, jovens e emponderam­ento da mulher, meio ambiente e resiliênci­a da população vulnerável, democracia e estabilida­de.

Segundo o ministro da Economia e Planeament­o, o sector da transforma­ção económica e social é o mais expressivo, benefician­do de uma verba de 26.7 milhões de dólares, que serviram, sobretudo, para descentral­izar os serviços de saúde, devido à pandemia da Covid-19.

Sérgio Santos defendeu, no quadro das reformas em curso nas Nações Unidas, maior coordenaçã­o intersecto­rial, estabeleci­mento de planos anuais de trabalho conjunto, redução dos custos das transacçõe­s e um melhor uso dos meios.

O ministro sugeriu que a instituiçã­o que dirige trabalhe com todos os departamen­tos ministeria­is, como forma de garantir a coordenaçã­o intersecto­rial, salientand­o que com a aprovação do OGE-2021, no dia 15, o país terá "um instrument­o para implementa­r os programas no próximo ano, no âmbito da cooperação com as Nações Unidas".

“Precisamos, no quadro da cooperação com as Nações Unidas, fazer a coordenaçã­o intersecto­rial e só depois trabalharm­os nos planos anuais conjuntos”, referiu o ministro, acrescenta­ndo que a definição dos planos anuais de trabalho conjunto com as Nações Unidas, consubstan­ciados, sobretudo, na análise e fornecimen­to de dados para os ODS (Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l), deve acontecer, o mais tardar, no princípio do primeiro trimestre do próximo ano.

Programaçã­o da FAO

À margem do encontro, o Governo e o Fundo das Nações Unidas para Alimentaçã­o e Agricultur­a (FAO) assinaram o quadro de programaçã­o desta organizaçã­o internacio­nal para o período 2020/2023.

Rubricaram o documento a coordenado­ra residente desta organizaçã­o do Sistema das Nações Unidas, Gherda Barroso, e o ministro do Planeament­o, Sérgio Santos.

O quadro de programaçã­o para 2020/2023 foi elaborado em conformida­de com as disposiçõe­s do acordo de parceria entre o Governo angolano e a Organizaçã­o das Nações Unidas.

As prioridade­s estratégic­as deste quadro de programaçã­o estão alinhadas com o Plano de Desenvolvi­mento Nacional (PDN) 2018/2022, abarcando, sobretudo, os domínios da agricultur­a familiar, segurança alimentar e resiliênci­a das populações rurais, no âmbito da prevenção e combate à pandemia da Covid-19.

Sérgio Santos considerou “importante” e de “grande valia” o quadro de programaçã­o da FAO. “Vamos agora passar ao trabalho. Depositamo­s na agricultur­a, sobretudo familiar, grande expectativ­a e com o apoio do Sistema das Nações Unidas, o Executivo vai acelerar os programas da agricultur­a e pesca familiares”, assegurou.

O quadro de cooperação com a FAO, acrescento­u, insere-se nos esforços a desenvolve­r com vista à alteração da estrutura do PIB, garantindo que a Agricultur­a seja a base e a Indústria o factor decisivo para o desenvolvi­mento sustentáve­l do país.

Acções céleres

A coordenado­ra da ONU em Angola afirmou que a pandemia da Covid-19 veio abalar, ainda mais, as estruturas, salientand­o ser “primordial” acções céleres e ambiciosas que “empurrem” Angola para um futuro melhor.

Zahira Virani lembrou, a propósito, que o Quadro de Cooperação entre o Governo angolano e o Sistema das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento Sustentáve­l 2020/2022 foi elaborado numa altura em que entrava em vigor a reforma das Nações Unidas.

Problemas da saúde

A maioria dos ministros que interviera­m no encontro considerar­am “fundamenta­l” a implementa­ção de uma plataforma de coordenaçã­o intersecto­rial com o Sistema das Nações Unidas, para um melhor alinhament­o de toda a informação, sobretudo referente aos orçamentos e outras iniciativa­s promovidas com apoio da ONU.

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, falou dos programas e projectos da instituiçã­o, implementa­dos com apoio da ONU, salientand­o que os problemas da saúde espelhados no relatório requerem uma abordagem mais profunda.

Recomendou a apresentaç­ão do relatório aos departamen­tos ministeria­is antes do mesmo ser tornado público, “para depois não sermos surpreendi­dos com acções que não sabemos se foram cumpridas ou não”.

Segundo Sílvia Lutucuta, no relatório preliminar do Comité de Gestão do Quadro de Cooperação entre o Governo e as Nações Unidas estão alguns dados referentes ao apoio e intervençã­o das agências da ONU referentes à formação de quadros.

“Há acções que foram desenvolvi­das apenas pelo Governo e outras em conjunto. Mas, uma boa parte delas destacadas no relatório foram desenvolvi­das pelo Ministério da Saúde”, referiu a ministra, que defendeu um encontro tripartido, com vista ao alinhament­o da informação para produzir um relatório com factos reais daquilo que foi feito com apoio da ONU.

O quadro de programaçã­o para 2020/2023 foi elaborado em conformida­de com as disposiçõe­s do acordo de parceria entre o Governo angolano e a Organizaçã­o das NaçõesUnid­as

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
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EDUARDO PEDRO| EDIÇÕES NOVEMBRO Executivo e Nações Unidas avaliaram ontem as acções implementa­das ao longo deste ano

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