Jornal de Angola

Assassinat­o no Mussulo em tribunal

Pela subtracção violenta do telefone e as facadas que causaram a morte da jovem, Vivaldo Luís arrisca-se a 16/20 anos de prisão

- António Félix

A 14ª Secção dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda deu, ontem, início ao julgamento do caso em que Patrícia Basílio, 21 anos, foi assassinad­a, no ano passado, numa festa de fim de ano, na Ilha do Mussulo. Os cidadãos Vivaldo Domingos, também conhecido por Vivi, e Daniel Louro são os principais suspeitos da morte da jovem, estando este último foragido. O Ministério Público sublinha que os dois sabiam que não deviam praticar os crimes de que são acusados. O acto foi intenciona­l, acrescenta a acusação.

O suposto assassino da jovem Patrícia Basílio, 21 anos, ocorrido o ano passado, numa festa de fim de ano, na Ilha do Mussulo, começou a ser julgado, ontem, na 14ª Secção da Sala de Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda.

Diante de numeroso público que acorreu para assistir ao interrogat­ório de Vivaldo Domingos, também conhecido por Vivi, o Ministério Público, na leitura da sua acusação pública, sublinhou que este e o seu comparsa Daniel Louro, que ainda está foragido, sabiam que não deviam praticar os crimes de que são acusados, mas, ainda assim, fizeram-no de forma intenciona­l.

A malograda, segundo o Ministério Público, foi surpreendi­da quando, às 3 horas e 30 minutos, no bairro Cambaixi, em companhia de uma amiga, saíra, por minutos, da festa de revellion, que decorria num complexo turístico, para urinar num beco, sem iluminação, onde Vivaldo e Louro esperavam por qualquer vítima.

Tendo em conta as provas produzidas pelo Serviço de Investigaç­ão Criminal e outras juntas aos autos, durante a fase secreta de instrução preparatór­ia, o representa­nte do Ministério Público disse que “a companheir­a da vítima conseguiu escapar. Deixoua a ser imobilizad­a e resistiu quando tentaram violá-la. Os meliantes, ao não verem concretiza­do este desejo e ante a resistênci­a da vítima, receberam o telefone da mesma e, com uma faca, o acusado deferiu um golpe na região do tórax”.

“A jovem Patrícia Basílio ainda conseguiu levantar-se, andar até ao local da festa, onde foi socorrida, mas, já a caminho da Clínica Sagrada Esperança, acabou por perder a vida”, disse o procurador.

Questionad­a, a defesa um advogado estagiário acompanhad­o pela advogada Ana Paula Godinho - se tinha questões para colocar antes do interrogat­ório do suposto assassino, tratou apenas de reconhecer que a sua intenção de apresentar uma testemunha que abonasse a favor da defesa do acusado estava ultrapassa­da.

O advogado Carlos Salombongo, contratado pelos parentes da malograda, disse que juntou outras provas aos autos, nomeadamen­te as chinelas da vítima e vestígios de sangue encontrado­s no local, relatório médico e certidão de óbito. Além do acusado, que ontem começou a ser ouvido, o tribunal vai interrogar ainda doze declarante­s arrolados no processo, no sentido de se produzir provas que suportarão a decisão final do julgamento, que se prevê demorado.

Pela subtracção violenta do telefone e facadas que causaram a morte de Patrícia Basílio, Vivaldo Luís, detido às 7 horas do dia do acto, está a responder, tal qual o seu comparsa em fuga, por roubo e homicídio, arriscando-se, assim, em caso de condenação, a uma pena que vai dos 16 aos 20 anos de prisão maior.

“A jovem Patrícia Basílio ainda conseguiu levantarse, andar até ao local da festa, onde foi socorrida, mas, já a caminho da Clínica Sagrada Esperança, acabou por perder a vida”, disse o procurador

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