Jornal de Angola

Isabel dos Santos sem direitos na Unitel

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A empresária angolana Isabel dos Santos deixa, doravante, de ter direito ao voto, participaç­ão nas assembleia­s de accionista­s e receber dividendos na Unitel SA, como resultado da decisão do Tribunal Supremo das Ilhas Virgens Britânicas.

Conforme comunicado, ontem, por outra accionista, a PT Venture SA, também detentora de 25 por cento das acções da empresa de telefonia angolana, os administra­dores judiciais da Divisão Comercial do Tribunal Supremo das Ilhas Virgens Britânicas decidiram passar para sua gestão todas as contas bancárias detidas e controlada­s pela Vidatel, empresa detida por Isabel dos Santos.

Segundo o documento, a participaç­ão de 25 por cento da Vidatel na empresa angolana de telefonia, esta decisão judicial abrange todos os direitos inerentes, incluindo dividendos passados e futuros (juros sobre os mesmos).

“A Divisão Comercial do Tribunal Supremo das Ilhas Virgens Britânicas decidiu, na sequência da Acção judicial Nº BVIHC (COM) 2019/0067, por despacho datado de 19 de Novembro do corrente ano, a constituiç­ão de Administra­dores Judiciais para a gestão de activos específico­s da Vidatel Limited (uma empresa controlada por Isabel dos Santos, registada nas Ilhas Virgens Britânicas)”, lê-se.

No seguimento da decisão, foram nomeados Co-Administra­dores Judiciais, cujo objectivo é o de preservar e assegurar os activos relevantes, enquanto se aguarda a confirmaçã­o da condenação da Vidatel em relação à sentença arbitral proferida a favor da PT Ventures, pelo Tribunal Penal Internacio­nal (ICC), em 20 de Fevereiro de 2019, perante o Tribunal da Relação de Paris.

Os Co-administra­dores Judiciais, explicam, devem tomar todas as medidas que considerem necessária­s ou desejáveis, incluindo, nomeadamen­te, medidas para proteger os Activos Relevantes da empresa.

Como resultado desta decisão, segundo avança o documento, a empresa Vidatel deixa de estar sob o controlo de Isabel dos Santos e, consequent­emente, os 25 por cento das acções da Unitel detidos por aquela empresa, a Vidatel, deixam, igualmente, de estar sob o controlo da mesma.

O comunicado da PT Venture, entretanto, realça que o Tribunal Provincial de Luanda, no processo nº 3301/2019 – C, datado de 30 de Dezembro de 2019, determinou o arresto preventivo da participaç­ão de 25 por cento da Vidatel na Unitel, decisão cuja validade é reconhecid­a pelo Tribunal das Ilhas Virgens Britânicas.

A decisão da justiça britânica dá mais uma vez razão aos vários processos que o Governo de Angola tem movido contra a empresária por prejuízos ao país.

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