Pais contra a vacina da poliomielite
Sou morador da Vila Kiaxi e tenho notado que muitos pais têm impedido os filhos de apanhar a vacina contra a poliomielite, cuja campanha foi lançada no dia 4 vai até 12 de Dezembro, alegando ser uma forma de contágio da Covid-19. É inconcebível que em pleno século XXI, numa altura em que é preciso imunizar as crianças, as pessoas ainda tenham pensamentos tão retrógrados. É preciso combater esta atitude tão baixa e irresponsável. Mas também acho que as autoridades sanitárias devem reforçar a comunicação junto desses cidadãos menos esclarecidos, criando melhores formas de se aproximar dessas pessoas, porque sem uma boa campanha de adesão à vacina contra a poliomielite vai ser difícil erradicar definitivamente essa doença de Angola, apesar de nos últimos meses registar grandes avanços no combate à pólio. Este ano foi declarada pela OMS a erradicação da poliomielite do continente africano, quatro anos depois do registo dos últimos casos, no nordeste da Nigéria. Sei que Angola, nos últimos dez meses, teve três casos circulantes do vírus selvagem, devido à baixa cobertura da vacina, apesar do país não ter qualquer registo de poliomielite selvagem desde Março de 2011. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou que a erradicação da poliomielite foi graças aos esforços mobilizados pelos Governos, profissionais de saúde e comunidades, onde mais de 1,8 milhão de crianças foram salvas da doença. Por este motivo, todos devem participar e o Governo não deve abrandar a luta para a erradicação da poliomielite. GILSON ADÃO Vila Kiaxi