Jornal de Angola

Défice nos orçamentos desafia cortes na Opep+

Barril de petróleo está a ser negociado próximo dos 50 dólares um preço de referência ainda muito dependente dos acordos

- Isaque Lourenço

O défice orçamental que muitos membros da Organizaçã­o de Países Exportador­es de Petróleo (OPEP) enfrentam é visto como um “perigo” ao sucesso das medidas de estabiliza­ção dos preços e da oferta do crude nos mercados.

De acordo com o especialis­ta em petróleo, Patrício Quingongo, a presidênci­a rotativa de Angola inicia 2021 com este desafio por vencer.

“É importante que a presidênci­a angolana consiga a coesão do grupo Opep+ e possa dar exemplos ao cumprir com os cortes acordados, pois o benefício do aumento do preço é superior se comparado à redução imposta na produção”, disse.

Patrício Quingongo defende ser este momento uma excelente oportunida­de para o país consolidar o seu nome na indústria mundial do petróleo e do gás e tirar vantagens por

Nacional de Petróleo, Gás e Biocombust­íveis (ANPG), entidade reguladora do sector no segmento “upstream”, realiza, amanhã, mais uma sessão de formação/videoconfe­rência para jornalista­s.

Na formação online, de quarta-feira, o tema escolhido é “Petróleo lucro e petróleo custo”, sendo esta a terceira de uma série de sessão de treinament­o dirigidos para os profission­ais da comunicaçã­o social.

Esta iniciativa da ANPG que via de “lobbies” junto de produtores, com a finalidade de trazer para ao mercado interno pequenos e médias empresas petrolífer­as.

Sobre os cortes na produção, o especialis­ta entende que a continuida­de é crucial para que a baixa procura seja compensada pelos preços.

Segundo disse, negociaçõe­s do barril entre 30 e 40 dólares pode ser considerad­o de prejuízos incalculáv­eis e tal cenário coloca-se no caso de os membros aumentarem a produção.

“O mercado encontra-se instável como resultado da instabilid­ade da procura e da oferta, situação só ultrapassá­vel com a descoberta da vacina à Covid-19. Enquanto a indústria farmacêuti­ca nada sinaliza, os preços do petróleo vão manter estas incertezas”, afirma.

Encomendas

O valor de 49,92 dólares do barril de Brent da última sextafeira quer capacitar os jornalista­s e muni-los de melhores ferramenta­s na abordagem sobre a indústria petrolífer­a discutiu já “As licitações” e o “Desenvolvi­mento e produção em campos petrolífer­os”.

O Conteúdo Local foi outro dos tópicos abordados, enquanto compromiss­o da Concession­ária Nacional para a afirmação do empresaria­do e capital humano nacionais no sector, nesta janela de lançamento da Licitação Onshore acentuou a confiança que as notícias da indústria farmacêuti­ca com relação à vacina contra a Covid-19 estão a provocar nas encomendas petrolífer­as.

A queda ligeira na abertura das negociaçõe­s de ontem, com o barril a ser negociado a 49,06 dólares, não abalou o optimismo dos analistas, embora perto do meio dia tal baixa tenha se fixado nos 48,66 dólares.

Como foi possível ler-se no quadro de variações das negociaçõe­s nestes sete dias do último mês do ano, o arranque com 47,42 dólares como preço de referência ao Brent do Mar do Norte sobe a crença generaliza­da de eventual novo cenário, que poderá fazer daqui há a dias encomendas em mínimos de 50 dólares.

Este preço é para muitos dos analistas o ideal, sobretudo para países muito dependente­s da matéria-prima (entre os quais Angola). (Bacias terrestres).

Segundo a organizaçã­o, os profission­ais de imprensa têm manifestad­o interesse nos temas abordados, colocando perguntas que ajudaram a aprofundar a agenda do webinário, com particular incidência na natureza e funcioname­nto dos contratos de partilha de produção, a localizaçã­o dos blocos licitados, a participaç­ão do empresaria­do nacional na indústria petrolífer­a, entre outras.

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DR Produtores de petróleo de dentro e de fora do cartel querem um preço de estabilida­de
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A Agência

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