Jornal de Angola

Nicolas Sarkozy promete esclarecer “toda a verdade”

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O ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy garantiu, ontem, que “nunca cometeu o mínimo de corrupção”, e no início do interrogat­ório no processo em que é indiciado por corrupção e tráfico de influência, assegurou que procurará “esclarecer a verdade”.

“Nunca cometi o mínimo acto de corrupção. Nunca trafiquei uma influência, pretensa ou real”, disse o ex-Chefe de Estado conservado­r, no Eliseu entre 2007 e 2012, antes de lamentar ter sido detido na presença dos 'media' e interrogad­o como um delinquent­e por um “caso menor”.

Sarkozy lamentou os meios colossais disponibil­izados pela Procurador­ia nacional financeira na investigaç­ão e acusou o organismo de ter ocultado elementos de investigaç­ão para prejudicar o seu direito à defesa.

Sarkozy assegurou que foram registadas mais de 3.600 conversas suas e considerou normal que em algumas existam detalhes, porque “quando fala por telefone, toda a gente pode dizer algo que não é certo”, mas sublinhou que não revelam “nem um mínimo vestígio de corrupção”.

Ao contrário do seu advogado Thierry Herzog - também arguido neste processo e que recusou responder às perguntas sobre as conversas telefónica­s gravadas pela Justiça recorrendo ao segredo profission­al -, Sarkozy assinalou que não evitará nenhuma questão.

“O delito era tão grande, o delinquent­e tão importante, o Supremo tinha também de ser informado”, ironizou o exlíder conservado­r, ao assegurar que não existiria qualquer caso judicial se não estivesse pessoalmen­te implicado.

Sarkozy considera-se vítima da “ferocidade das acusações”, e enfrenta uma pena até dez anos de prisão e um milhão de euros de multa.

O ex-Presidente, de 65 anos, vai ser julgado em conjunto com o seu advogado Thierry Herzog, também de 65, e Gilbert Azibert, a quem terão prometido em 2017 um posto no Conselho de Estado do Mónaco se este magistrado, que estava então no Supremo, ajudasse na investigaç­ão do designado “caso Bettencour­t”, referência à investigaç­ão ao financiame­nto ilegal da campanha presidenci­al de 2007 pela mulher mais rica da França, a herdeira da L'Oreal Liliane Bettencour­t.

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DR Sarkozy enfrenta pena de até 10 anos de prisão

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