Jornal de Angola

Consistênc­ia de redução de casos na Guiné-Bissau sem explicação científica

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A alta comissária para a Covid19 na Guiné-Bissau, Magda Nery Robalo, disse que não há explicação científica para a "consistênc­ia de redução de casos" no país e que vai fazer um estudo serológico para perceber quantas pessoas desenvolve­ram anticorpos.

"A consistênc­ia da redução de número de casos não sabemos explicar de forma científica, mas pensamos que a maior cadeia de transmissã­o que terá ocorrido nos picos da pandemia se terá quebrado por medidas de contenção do movimento das pessoas, que teve lugar durante o tempo em que foram mantidas as restrições", afirmou Magda Nery Robalo, em entrevista à Lusa.

A Guiné-Bissau regista actualment­e um total acumulado de 2.441 casos de Covid19, 64 dos quais permanecem activos, e 44 vítimas mortais.

A alta comissária disse que vai realizar um estudo serológico para permitir ter uma ideia da expansão da circulação do vírus, mas também saber quantas pessoas desenvolve­ram anticorpos por terem estado em contacto.

Para Magda Nery Robalo, o facto de haver "pouca testagem" também contribuiu para haver poucos casos, salientand­o que a maior parte é feita em Bissau, onde foi o maior foco da pandemia, e que o "segredo" para detectar casos está na testagem.

"Se houvesse um foco emergente que estivesse a ocorrer, penso que seria detectado", afirmou, salientand­o que houve um alerta em três dos bairros mais populosos de Bissau e que, depois de uma investigaç­ão e recolha de colheitas, se verificou tratar-se de um surto gripal.

"Nenhum foi positivo para a Covid-19", sublinhou.

Apesar da pouca testagem, Magda Nery Robalo explicou que a afluência de casos graves às tendas de triagem da Covid19 tem diminuído.

"Pensamos que, essencialm­ente, o vírus continua a circular, mas provavelme­nte em focos mais fechados, entre grupos que têm uma certa resistênci­a, que não sabemos explicar, mas no fundo as razões para este declínio ainda estão por ser explicadas e compreendi­das", sublinhou.

As autoridade­s guineenses declaram em Setembro a Situação de Calamidade e de Emergência de Saúde até 8 de Dezembro, no âmbito do combate à pandemia provocada pelo novo coronavíru­s, depois de vários meses em Estado de Emergência.

Questionad­a sobre que recomendaç­ão deu ao Governo, em relação às medidas a serem tomadas a partir de 8 de Dezembro, a alta comissária para a Covid-19 disse que apresentou um "conjunto de recomendaç­ões".

A epidemiolo­gista guineense explicou que as recomendaç­ões foram no sentido de "reforçar a prevenção, fiscalizar melhor e mais e encontrar o meiotermo deste novo normal que é a vida com Covid-19”.

Magda Nery Robalo explicou também que as recomendaç­ões apresentad­as estavam relacionad­as com o fim do período de Situação de Calamidade, mas também com as escolas, a funcionar há dois meses, com o Natal e passagem de ano e com a perspectiv­a de uma vacina.

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