Jornal de Angola

Atendiment­o precário nos hospitais de Luanda

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Mesmo com algumas restrições que impedem a deslocação de pessoas e alguns serviços de saúde nas unidades sanitárias não serem prioritári­os, não se percebe a razão das enchentes nos bancos de urgência dos hospitais de Luanda, que parecem estar a funcionar sem um fluxograma. Passei ontem pelo Hospital Geral de Luanda para levar a uma irmã doente. Pode parecer um exagero da minha parte, mas a verdade é que a minha irmã só foi atendida seis horas depois. Apesar de haver algum critério de atendiment­o, que dá prioridade aos pacientes mais graves, não se justifica o tempo de espera para ser atendido no Hospital Geral de Luanda. É muito tempo. A mesma situação foi verificada no Hospital Américo Boavida. Parece que em Angola quase nada funciona com celeridade, tanto nos serviços de saúde públicos como nos privados, onde a pandemia veio apenas destapar a ponta do iceberg de uma grande ausência de atendiment­o com humanismo e profission­alismo. O Governo tem de adoptar ou executar de facto as medidas que facilitem o atendiment­o mais eficaz, sem criar transtorno­s a quem precisa desses serviços. Os directores dos hospitais estão sempre a aparecer nos meios de Comunicaçã­o Social a dizer que têm implementa­do o sistema de Manchester, mas não é o que verificamo­s. Ainda é notório a facilitaçã­o ao “amiguismo”. Merecemos alguma dignidade. Estamos num país onde pagamos impostos e o dinheiro custa a todos. ISABEL FARIA Golfe II

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