Doentes com lepra sem medicamentos
Autoridades sanitárias envidam esforços para que a situação que começou em Setembro possa ser ultrapassada em breve
Pelo menos 92 doentes com lepra na província do Cuando Cubango estão, desde Setembro do corrente ano, sem assistência, devido à falta de medicamentos nas unidades sanitárias da região.
A informação foi avançada, ontem, ao Jornal de Angola, na cidade de Menongue, pelo supervisor provincial do Programa de Combate à Tuberculose e Lepra, Domingos Tchihungi, tendo acrescentado que o estado clínico dos 92 doentes pode piorar caso não se resolva o problema da falta de medicamentos o mais rápido possível.
"Caso o reabastecimento de medicamentos não for feito em breve, a recuperação poderá ser mais difícil e os doentes tornarem-se multiresistentes, o que significa dizer que a medicação pode não resultar nos prazos previstos", sublinhou Domingos Tchihungi, acrescentando que “infelizmente não há medicamentos para a lepra há três meses nas farmácias e nas unidades hospitalares da província".
Fez saber que os medicamentos para o tratamento da lepra não são comercializados nas farmácias privadas. "Apenas as unidades sanitárias estatais têm acesso aos fármacos para a distribuição gratuita aos pacientes que padecem desta doença".
Garantiu que as autoridades sanitárias da província estão a envidar esforços, junto do Ministério da Saúde, para que esta situação seja resolvida o mais rápido possível.
Segundo Domingos Tchihungi, o Cuando Cubango registou, de Janeiro a Setembro deste ano, 27 casos de lepra, contra os 40 do ano passado, afectando principalmente jovens e adultos em situação de vulnerabilidade.
O município de Menongue lidera a lista de ocorrências.
Domingos Tchihungi lembrou que a lepra é uma doença infecciosa crónica, que ataca a pele e os nervos, sendo transmitida através da tosse, espirro ou secreções nasais.