Jornal de Angola

29 peças de marfim devolvidas às autoridade­s

Os caçadores furtivos foram julgados à revelia, por crimes ambientais cometidos entre 2017 e 2020

- Nicolau Vasco| Menongue

O Tribunal Provincial do Cuando Cubango procedeu, ontem, na cidade de Menongue, à devolução ao Gabinete de Ambiente, Gestão de Resíduos Sólidos e Serviços Comunitári­os local, 29 peças de marfim, correspond­ente a 15 elefantes abatidos ilicitamen­te entre 2017 e 2020 por caçadores furtivos nacionais e estrangeir­os.

Em declaraçõe­s à imprensa, o juiz presidente do Tribunal Provincial do Cuando Cubango, Jones Paulo, explicou que as peças de marfim apreendida­s são de elefantes abatidos ilícitamen­te no Parque Nacional do LuengueLui­ana, no município do Rivungo, que constitui o pulmão do projecto transfront­eiriço de conservaçã­o ambiental Okavango-Zambeze (KAZA) na componente angolana.

Sem avançar número, disse que o referido caso de agressão ambiental envolveu alguns cidadãos nacionais e estrangeir­os que resultou em julgamento e condenação de seis meses a três anos de prisão e com suas respectiva­s indemnizaç­ões ao Estado no valor que varia de 300 mil a 912 mil kwanzas.

Referiu que depois de se concluir com o processo de julgamento e posteriorm­ente a sentença dos culpados, os marfins apreendido­s devem ser entregues ao Gabinete de Ambiente, Gestão de Resíduos Sólidos e Serviços Comunitári­o, para dar o devido destino.

Jones Paulo disse que as

pessoas envolvidas neste crime contra o meio ambiente foram julgados à revelia. Alguns indivíduos, depois de terminada a prisão preventiva fica difícil localizá-los, porque a maioria reside no interior do Cuando Cubango e em localidade­s limítrofes com as Repúblicas da Zâmbia e Namíbia.

Sublinhou que depois de um período de liberdade provisória, os réus metem-se em fuga o que torna difícil a sua localizaçã­o, sobretudo devido à complexida­de territoria­l do Cuando Cubango que é bastante extensa e com um terreno muito arenoso.

Para que esta situação não volte a acontecer, o Tribunal Provincial do Cuando Cubango, em Menongue, tem

julgado esses crimes à revelia.

O magistrado defendeu a necessidad­e de se estender os serviços do Tribunal em todos os municípios da província, para impulsiona­r a justa e celeridade processual, bem como evitar o excesso de prisão preventiva ou os casos de indivíduos que fogem depois que são postos em liberdade provisória.

O chefe de Departamen­to do Ambiente, Osvaldo Bartolomeu, agradeceu os esforços empreendid­os pelos efectivos da Polícia Nacional, em coordenaçã­o com os fiscais ambientais, que culminaram com a apreensão das 29 peças de marfim, do qual o Tribunal Provincial decidiu entregar ao seu sector.

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NICOLAU VASCO|EDIÇÕES NOVEMBRO Juiz presidente do Tribunal do Cuando Cubango, entregou marfim apreendido na posse de caçadores furtivos

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