População rejeita vacinar crianças contra a “pólio”
Em alguns municípios do Zaire, muitos pais e encarregados de educação rejeitaram vacinar as crianças menores de cinco anos, durante a campanha contra a poliomielite do tipo II, que decorreu entre os dias 4 e 6 do corrente, desconfiando tratar-se de um imunizante contra a Covid-19, revelou, ontem, o supervisor provincial da Promoção da Saúde no Zaire.
Andrade Kinzuaku disse que nos municípios de Mbanza Kongo, Soyo, Cuimba e Nóqui estava prevista a imunização de 117.818 crianças menores de cinco anos, mas devido à rejeição foram vacinadas apenas 85.065, correspondendo a 72,2 por cento.
“Durante a última campanha de vacinação contra a poliomielite do tipo 2 notámos a resistência de muitos adultos que não permitiram que os filhos tomassem a vacina, pensando tratar-se da vacina contra a Covid-19. Imaginem que no município do Soyo prevíamos vacinar 53.469, mas conseguimos apenas 28.392, correspondente a 53 por cento. É uma situação triste que nos leva a reforçar as campanhas de sensibilização junto das comunidades, porque em Angola ainda não há vacinas contra a Covid-19”, lamentou.
O supervisor provincial da Promoção da Saúde no Zaire lembrou que o país voltou a registar, em algumas províncias, a circulação do vírus da poliomielite tipo 2, sublinhando a necessidade de mais campanhas de vacinação.
“Realizámos campanhas de vacinação nas zonas fronteiriças da província devido ao surgimento de um caso da pólio do tipo 2 na aldeia de Nkoko, comuna do Luvo, município de Mbanza Kongo. Também foram registados casos na vizinha República Democrática do Congo (RDC) e na província de Benguela. Por esta razão, a OMS, UNICEF e o Ministério da Saúde determinaram a realização de mais campanhas de vacinação contra a doença”, disse.
Andrade Kinzuaku anunciou a realização de mais uma campanha de vacinação contra a poliomielite entre os dias 18 e 20 do corrente mês, nos municípios de Mbanza Kongo e Soyo. A realização de mais uma campanha, acrescentou, justifica-se pelo facto de as referidas localidades não terem sido abrangidas pelas campanhas realizadas nos meses de Março e Abril, por razões administrativas.