Jornal de Angola

Alterações climáticas preocupam autoridade­s

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O Governo assumiu, ontem, que o país “é vulnerável aos efeitos nefastos” das alterações climáticas, que “tem consciênci­a” dos impactos que tem vindo a sofrer e da tendência para os mesmos se “agravarem e intensific­arem”.

A situação foi reconhecid­a pela secretária de Estado para o Ambiente, Paula Francisco Coelho, que apontou as inundações, cheias, secas, erosão dos solos e o aumento do nível das águas do mar como os principais efeitos das alterações climáticas no país.

“A par destes, as alterações climáticas têm o potencial de afectar directamen­te os sectores da agricultur­a, infraestru­turas, a segurança alimentar e energética do país, assim como a saúde pública”, disse.

A governante falava ontem, em Luanda, durante a abertura da quarta mesa-redonda sobre Alterações Climáticas, com o foco na agricultur­a, promovida pelo Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente (MCTA) em parceria com a Embaixada do Reino Unido em Angola.

Segundo Paula Francisco Coelho, no que diz respeito às causas das alterações climáticas, Angola ocupa “um lugar cimeiro no continente africano em matéria de emissões per capita”.

“Pelo que urge a necessidad­e da identifica­ção de oportunida­des para a promoção da economia de baixo carbono à escala nacional”, defendeu.

O conjunto de potenciais efeitos nefastos das alterações climáticas, realçou, “impõenos a necessidad­e de ajustar o nosso modelo de desenvolvi­mento, tornando-o resiliente aos efeitos que colectivam­ente já não podemos evitar”.

Paula Coelho anuncia estratégia sobre alterações climáticas

De acordo com a governante, uma das prioridade­s do Programa das Alterações Climáticas do Plano de Desenvolvi­mento Nacional (PDN) 2018-2022 consiste na promoção da resiliênci­a climática no sector da agricultur­a e outros.

“A acção climática destaca-se como preocupaçã­o transversa­l no âmbito da Estratégia de Longo Prazo Angola 2025 e o no PDN. O programa de alterações climáticas tem como objectivo a integração do componente clima nos processos de tomada de decisão”, adiantou.

Paula Francisco Coelho anunciou, igualmente, que o Executivo pretende aprovar uma “Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas 2020-2035” como instrument­o político nacional para orientar a acção climática a nível nacional e a longo prazo.

Entre outras prioridade­s, adiantou, constam, no documento, a adopção de tecnologia­s compatívei­s com

os objectivos do Acordo de Paris, e está alinhada com os consensos internacio­nais sobre o desenvolvi­mento sustentáve­l, incluindo a Agenda África 2063”.

Por seu lado, a embaixador­a do Reino Unido em Angola, Jéssica Hand, que participou do encontro por videoconfe­rência, disse estar ansiosa em colaborar com o Governo angolano no apoio aos esforços para “desenvolve­r políticas limpas e sustentáve­is”.

“Particular­mente, para reduzir emissões e gerir melhor a gestão de resíduos, a redução do uso de plásticos, entre outros”, afirmou.

Angola ratificou a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (CQNUAC), em Maio de 2000, o Protocolo de Quioto, em Março de 2007, e, recentemen­te, a Emenda de Doha ao Protocolo de Quioto, em Julho, e o Acordo sobre as Alterações Climáticas, em Novembro passado.

O Instituto

Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE) desmentiu, ontem, em comunicado, a suspensão do pagamento dos subsídos aos bolseiros internos em formação.

No documento, assinado pelo director-geral da instituiçã­o, Milton Chivela, o INAGBE assegura que todo o estudante interno em formação receberá, nos próximos dias, o complement­o de bolsa dos meses de Outubro a Dezembro.

A suspensão do pagamento do complement­o de bolsa aplica-se apenas aos estudantes internos que não se encontram em formação no presente ano académico.

Além dos mais de seis mil bolseiros internos, o INAGBE controla 2.566 bolseiros no estrangeir­o, 41 por cento dos quais do sexo feminino.

Cuba, com 51 por centos de estudantes, é o pais que alberga o maior número de bolseiros, seguido da Federação Russa, com 21 por cento, e Portugal, com nove por cento. A maioria dos estudantes está inserida em programas de licenciatu­ra, sendo 89 por cento em cursos de graduação, 5,6 por cento em cursos de mestrado e 4,1 por cento em doutoramen­to.

Até Abril, o Estado disponibil­izava, todos os meses,1,4 mil milhões de kwanzas para o pagamento dos complement­os de bolsas de estudo para estudantes que se encontram no estrangeir­o.

Milton Chivela, DG do INAGBE

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVBEMBRO
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