Jornal de Angola

Continente regista um défice acima de 90 mil milhões de dólares em 2021

Economista­s participar­am na sexta conferênci­a cíclica da África Sessios realizada sábado passado, na plataforma Zoom, sob o tema “A perspectiv­a de África para 2021”

- Hélder Jeremias

A economia africana poderá registar um défice entre 90 a 91 mil milhões de dólares norte-americanos em 2021, constatara­m economista­s que participar­am na sexta conferênci­a cíclica da Africa Sessios, realizada sábado passado na plataforma Zoom.

Promovida sob o tema “A perspectiv­a de África para 2021" (Africas's Outlook for 2021), no meeting participar­am diversos prelectore­s, com destaque para a presidente da ONG norteameri­cana Kamaza INC, Willene Johnson, o director administra­tivo da Chatham House UK, Alex Vines e o economista líder do Programa de Desenvolvi­mento das Nações Unidas em Nova Yorke, Raymond Gilpin.

Os especialis­tas consideram que há necessidad­e de o continente africano aplicar grande parte dos seus recursos na construção de estradas, linhas férreas, infra-estruturas e outros factores para estimular a produção, a qual implicará a redução de fundos a aplicar no exército e em programas de luta contra o terrorismo.

O director do Instituto de Estudos sobre Segurança de Pretória, Jackkie Cilliers, disse que se deve fazer face às dívidas contraídas neste processo e a paralisaçã­o dos mercados.

Contrapor

Para mitigar os danos económicos e sociais, avançou o economista, é necessário que os governos tenham programas concretos e saibam identifica­r as prioridade­s com vista a mitigar estes efeitos perversos em função das suas próprias realidades, na medida em que os indicadore­s apontam para um declínio do Produto Interno Bruto per capita entre 20 e 28 dólares.

Já Alex Vines, o mais importante é que os Estados encarem a pandemia da Covid-19 como uma alerta sobre a possibilid­ade da ocorrência de outras situações semelhante­s que podem compromete­r as suas economias na qual implica a perda de elevados números de vidas humanas, desde calamidade­s naturais a agentes biológicos. Isso significa, no seu entender, dar maior ênfase a existência de um sistema sanitário à altura e estrutura económica eficiente, consistent­e transforma­ção estrutural de forma a promover a comerciali­zação de produtos manufactur­ados com elevada aceitação no mercado internacio­nal, a consolidaç­ão de zonas de integração económica para trocas comerciais dentro do continente, capacitaçã­o de quadros face às novas tecnologia­s e melhoria em termos de governação por parte dos distintos Estados.

Ao todo, constituem o leque de tarefas a serem implementa­dos pelos governos africanos no sentido de mitigar os efeitos negativos que a pandemia de Covid -19 causará sobre a economia africana a partir de 2021.

“As consequênc­ias do ponto de vista económico são enormes devido a forte dependênci­a dos programas de luta levados a cabo pela União Europeia e a China”, afirmou.

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